O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega afirmou que se o critério utilizado fosse a concordância com as ideias econômicas, seu voto seria no presidente Jair Bolsonaro (PL), por estar de acordo com boa parte do que acredita o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Minutos antes, porém, Maílson reiterou que não vota no atual presidente, por considerá-lo sem as qualidades necessárias para governar o País.
Em seguida, Maílson ressaltou que, ainda que esteja em linha com as ideias de Guedes, isso não exclui a avaliação de que o atual ministro fracassou em torná-las realidade. “O problema do Paulo Guedes é que ele não soube aliar as instituições políticas a uma agenda liberal nos moldes daquela que funcionou no Reino Unido, com a Margaret Thatcher”, afirmou em palestra ao Curso Estadão de Jornalismo Econômico.
Para o ex-ministro, Guedes confundiu quantidade com qualidade e a concentração de poderes sobre a alçada do Ministério da Economia acabou sendo disfuncional. Maílson ainda citou a vontade de Guedes em privatizar todas as estatais e avaliou que para isso seria necessário um presidente com capacidade de convencer a sociedade. “O brasileiro ainda não comprou em sua maioria a ideia de que a Petrobras tem de ser privatizada.”
Sob esse ponto de vista, para Maílson, Guedes fracassou como ministro. O economista também afirmou que o ministro da Economia atuou como instrumento para a tentativa de reeleição de Bolsonaro. “Trabalhou pela aprovação de todas as medidas populistas para abrir espaço para o gasto público. Cometeu algo indigno de um liberal como ele que é um calote dos precatórios.”
Para Maílson, caso Bolsonaro consiga se reeleger, essa pode ser a oportunidade de Guedes fazer uma revisão, de modo a se redimir dos erros que cometeu e das promessas que apresentou e não cumpriu. “Seria uma nova chance para o Guedes se ele fosse capaz de pousar na Terra e construir, junto com o presidente, o ambiente político favorável à aprovação de sua agenda ultraliberal.”
O ex-ministro ponderou que suas críticas a Guedes não excluem o respeito pelo economista.”É um economista bem formado, com doutorado em uma das melhores universidades do mundo e sucesso no mercado financeiro.”
Fonte: Estadao
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