Faltam
00 Dias
|
00 Horas
|
00 Minutos
|
00 Segundos
para o
21º Prêmio Visão Agro Brasil
sábado, setembro 13, 2025
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
  • NOTÍCIAS
  • DESTAQUES
  • NOSSOS EVENTOS
  • QUEM SOMOS
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
  • NOTÍCIAS
  • DESTAQUES
  • NOSSOS EVENTOS
  • QUEM SOMOS
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
Nenhum resultado
Ver todos os resultados

Pesquisadores desenvolvem cimento que incorpora CO2 do processo produtivo do etanol

Redação Visão Agro por Redação Visão Agro
9 junho, 2025
em Biocombustíveis
Tempo de leitura: 5 minutos
A A
0
Home Bioenergia Biocombustíveis
Compartilhe no WhatsappShare on TwitterCompartilhe no Linkedin

Material feito com fibras vegetais promete absorver gás poluente e ter maior durabilidade

Pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga, desenvolveram um novo tipo de cimento com fibras vegetais, capaz de absorver 100 quilos de dióxido de carbono por metro cúbico. O novo ligante produzido substitui compostos à base de cálcio por óxido de magnésio (MgO), incorporando o CO2 – um dos gases do efeito estufa (GEEs) – ao material e obtendo um cimento mais resistente e durável.

A ideia da pesquisa é aplicar o CO2 gerado durante a produção de etanol de cana-de-açúcar, ajudando a reduzir as emissões do poluente, estimadas em 11,3 milhões de toneladas somente no rstado de São Paulo. Os resultados dos testes com o novo cimento são detalhados em artigo da revista científica Construction and Building Materials.

“A produção de cada tonelada de etanol gera aproximadamente 956,5 kg de CO2. Contudo, o carbono presente no etanol tem origem vegetal, principalmente da cana-de-açúcar, no contexto brasileiro, e é capturado da atmosfera durante a fotossíntese”, afirma ao Jornal da USP o químico Adriano Azevedo, pesquisador da FZEA, que participa do projeto.

Ele complementa: “Assim, parte das emissões de CO2 geradas no processo industrial, bem como todo o CO2 emitido durante a combustão do etanol, pode ser compensada pelo crescimento da biomassa vegetal. Em um ciclo ideal, as emissões líquidas seriam próximas de zero, configurando o etanol como um biocombustível de baixo carbono”.

Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o estado de São Paulo é o maior produtor de etanol do Brasil. “Estima-se que essa produção resulte na geração anual de aproximadamente 11,3 milhões de toneladas de CO2”, relata o pesquisador.

Ele continua: “O desenvolvimento de tecnologias complementares para reaproveitamento e captura de carbono nesse contexto pode contribuir de forma decisiva para a descarbonização da matriz energética nacional, fortalecendo a sustentabilidade do setor de biocombustíveis e colaborando com os esforços globais de mitigação das mudanças climáticas”.

De acordo com Azevedo, o cimento proposto na pesquisa difere dos tradicionais, como o Portland, principalmente por utilizar óxido de magnésio (MgO) como matéria-prima principal, em vez de compostos à base de cálcio.

“Eles apresentam pH [alcalinidade] elevado, geralmente entre 12,5 e 13, o que acelera a degradação das fibras vegetais incorporadas à matriz cimentícia, comprometendo a durabilidade do material”, descreve e segue: “Já os cimentos formulados com MgO possuem um pH mais moderado, entre 10 e 10,5, o que reduz significativamente o ataque alcalino às fibras e permite que elas mantenham sua função estrutural por mais tempo”.

Captura de CO2

O processo de captura de CO2 por materiais cimentícios ocorre por meio da reação entre espécies alcalinas presentes na matriz e o ácido carbônico (H2CO3), formado a partir da dissolução do CO2 na água existente no sistema.

“O processo de cura adotado no projeto envolve a carbonatação acelerada, que não apenas contribui para a captura de CO2, mas também reduz ainda mais o pH do compósito”, acrescenta Azevedo. “Essa diminuição da alcalinidade do meio reforça a preservação das fibras vegetais, melhorando a durabilidade e a ecoeficiência do material final”, completa.

No caso dos cimentos à base de óxido de magnésio (MgO), a principal espécie alcalina gerada é a brucita (hidróxido de magnésio). “Os carbonatos de magnésio formados como produto da carbonatação tendem a se precipitar nos poros e vazios da estrutura do material. A formação desses produtos secundários preenche a microestrutura, aumentando a densidade, reduzindo a absorção de água e melhorando suas propriedades mecânicas”, relata o químico.

Além do carbonato de magnésio anidro, sem água na composição, outros produtos de carbonatação podem se formar, como a nesquehonita, a hidromagnesita e a dypingita, dependendo da temperatura, umidade e concentração de CO2. “Esses carbonatos hidratados contribuem não apenas para o aumento da densidade, mas também para a estabilidade química ao longo do tempo”, salienta o pesquisador.

Os resultados dos testes indicam que o cimento desenvolvido na pesquisa foi capaz de capturar aproximadamente 100 quilos de CO2 por metro cúbico de material. “Com base nisso, o projeto avançou para uma nova etapa, voltada ao aumento da taxa de captura e mineralização do CO2, por meio da modificação das reações químicas iniciais do cimento magnesiano, o que é sugerido pela alteração do calor liberado na hidratação”, observa Azevedo.

Ele complementa: “O próximo passo é submeter o compósito a uma atmosfera enriquecida com CO2 para observar, em detalhe, como se dá a formação dos carbonatos de magnésio por meio da mineralização do dióxido de carbono, etapa essencial para o aprimoramento do desempenho técnico e ambiental do material”.

Segundo o pesquisador, como se trata de uma tecnologia significativamente diferente da empregada pela indústria, será necessário adaptar algumas etapas do processo produtivo para possibilitar sua implementação em larga escala.

“Além da avaliação da produção em escala piloto, o projeto também contempla um estudo técnico-econômico sobre a viabilidade do uso do CO₂ gerado pelas usinas na carbonatação dos materiais”, enfatiza. “Dessa forma, o projeto busca não apenas aprimorar tecnicamente os compósitos cimentícios, mas também promover um modelo de negócio mais sustentável e com menor pegada de carbono”, ressalta o químico.

A pesquisa conta com a participação do professor Holmer Savastano Junior, da FZEA, e da professora Cise Unluer, do Departamento de Engenharia Mecânica, Aeroespacial e Civil da Universidade de Manchester (Reino Unido). O projeto tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

For: Júlio Bernardes | Fonte: Agência USP

Clique AQUI, entre no canal do WhatsApp da Visão Agro e receba notícias em tempo real.

SendTweetCompartilhar
Artigo anteiror

Crédito rural da safra 2024/2025 já soma R$ 330,9 bilhões, com alta de 11% em maio

Próximo post

Alcoolvale encerra Semana do Meio Ambiente com palestras educativas

Redação Visão Agro

Redação Visão Agro

Notícias Relacionadas

CNT critica qualidade do biodiesel e defende biometano

CNT critica qualidade do biodiesel e defende biometano

11 setembro, 2025
“Explosão” do etanol impulsiona alta no consumo de milho

Biocombustível impulsiona uso do milho e amplia fronteiras tecnológicas no campo com apoio do melhoramento genético

10 setembro, 2025
Brasil projeta R$ 110 bilhões em biocombustíveis até 2035

Brasil projeta R$ 110 bilhões em biocombustíveis até 2035

9 setembro, 2025
Setor de etanol do Brasil aposta em menor pegada de carbono para competir com os EUA no Japão

Pelo segundo ano, menor oferta de etanol sustenta preços em agosto

3 setembro, 2025
Maior operação contra crime organizado no país atinge Faria Lima e setor de combustíveis

Maior operação contra crime organizado no país atinge Faria Lima e setor de combustíveis

28 agosto, 2025
PCC estava em todo o setor de cana e obrigava empresários a venderem propriedades, diz MP

PCC estava em todo o setor de cana e obrigava empresários a venderem propriedades, diz MP

28 agosto, 2025
Carregar mais
Próximo post
Alcoolvale encerra Semana do Meio Ambiente com palestras educativas

Alcoolvale encerra Semana do Meio Ambiente com palestras educativas

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

LinkedIn Instagram Twitter Youtube Facebook

CONTATO
(16) 3945-5934
atendimento@visaoagro.com.br
jornalismo@visaoagro.com.br
comercial@visaoagro.com.br

VEJA TAMBÉM

  • Prêmio Visão Agro
  • Vision Tech Summit 
  • AR Empreendimentos

Todos os direitos reservados 2024 © A R EMPREENDIMENTOS COMUNICAÇÃO E EVENTOS LTDA – CNPJ: 05.871.190/0001-36

Inovação, tecnologia e transformação digital no Agronegócio.
Prepare-se para o maior evento tech-agro do ano!

Saiba mais no site oficial

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Bioenergia
    • Biocombustíveis
    • Biogás
    • Biomassa
    • Energia renovável
    • Usinas
  • Mundo Agro
    • Cooperativismo
    • Sustentabilidade
    • Tecnologia
  • Mercado
    • Clima
    • Economia
    • Geopolítica
    • Internacional
    • Negócios
    • Política e Governo
    • Transporte
  • Culturas
    • Algodão
    • Café
    • Cana de Açúcar
    • Fruticultura
    • Grãos
    • Milho
    • Pecuária
    • Soja
    • Trigo
  • Insumos agrícolas
    • Adubos e fertilizantes
    • Biológicos e Bioinsumos
    • Defensivos Agrícolas
    • Implementos Agrícolas
    • Irrigação
    • Máquinas agrícolas
  • Eventos Visão Agro
    • Vision Tech Summit – Indústria do Amanhã
    • Prêmio Visão Agro Brasil
    • Vision Tech Summit – Agro
    • Prêmio Visão Agro Centro – Sul
  • Em destaque
  • Leia mais

Todos os direitos reservados 2024 © A R EMPREENDIMENTOS COMUNICAÇÃO E EVENTOS LTDA – CNPJ: 05.871.190/0001-36