A Bahia terá uma biorrefinaria capaz de fabricar etanol a partir do milho, em um sistema integrado de produção de energia e alimentos. O anúncio oficial foi feito pelo presidente da Petrobahia, Thiago Andrade, durante a feira agrícola AgroRosário, em Correntina (BA).
O investimento será feito pela distribuidora em parceria com a Impacto Bioenergia, a empresa norte-americana ICM e a J&H Sementes, além de outros produtores da região.
Segundo Andrade, o aporte global do projeto será de R$ 908 milhões, dividido em R$ 520 milhões para a construção da unidade de processamento, R$ 120 milhões para estocagem de milho e R$ 268 milhões na planta para a cogeração de energia. A primeira fase do projeto Farol, como é chamado, terá como ênfase a conversão de milho em etanol e em insumo para produção de ração animal.
A usina vai produzir etanol anidro e hidratado, óleo de milho, DDGS (material proteico que serve de insumo para a produção de ração para gado bovino, suínos, aves e peixes) e CO2 biogênico. A unidade contará com tecnologia da ICM e será operada pela Impacto Bioenergia, com previsão de início de operação no segundo semestre de 2026. A localização será entre os distritos de Rosário e Brejão, região limítrofe entre os municípios de Correntina e Jaborandi, próximo ao estado de Goiás.
Continue lendo
Atualmente, a Bahia importa 80% de todo etanol que consome, seja de Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco ou Alagoas. Os 20% restantes são produzidos no território baiano por Agrovale, Santa Maria e Bahia Etanol (BEL).
Já após sua primeira fase, o projeto Farol representará o atendimento a 20% da demanda da Bahia. A segunda etapa do projeto vai dobrar a planta, o que representará mais 20% de produção local de etanol.
Planta autossustentável
Localizada no oeste da Bahia, a usina terá capacidade, na sua primeira fase, de processar 600 mil toneladas de milho e produzir 258 milhões de litros de etanol anidro por ano, além de 180 mil toneladas de DDGS e 9 milhões de litros de óleo de milho para fins industriais.
A geração de energia para operação da unidade será por autogeração. “Do ponto de vista de sustentabilidade, os produtos que serão fabricados na Farol, a exemplo do CO2, óleo vegetal e etanol, são todos matérias-primas para a produção de biocombustíveis de segunda geração: diesel renovável (HVO), e-metanol e o querosene de aviação sustentável (SAF)”, informa o presidente da Petrobahia.
As plantas que usam a tecnologia ICM produzem coletivamente 33,5 bilhões de litros de etanol por ano, sendo que a marca que atende mais produtores de etanol no mundo. No processo produtivo, o amido do milho será convertido em etanol, enquanto as proteínas, gorduras e fibras permanecerão no óleo de milho e no insumo para rações proteicas (DDGS), boa para a produção de aves, suínos, bovinos e peixes.
Fonte: Correio da Bahia
Clique AQUI, entre no canal do WhatsApp da Visão Agro e receba notícias em tempo real.