Faltam
00 Dias
|
00 Horas
|
00 Minutos
|
00 Segundos
para o
21º Prêmio Visão Agro Brasil
quinta-feira, agosto 28, 2025
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
  • NOTÍCIAS
  • DESTAQUES
  • NOSSOS EVENTOS
  • QUEM SOMOS
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
  • NOTÍCIAS
  • DESTAQUES
  • NOSSOS EVENTOS
  • QUEM SOMOS
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
Nenhum resultado
Ver todos os resultados

“Sim, nós colocávamos fogo na cana” – Por: João Botão

Redação Visão Agro por Redação Visão Agro
18 outubro, 2024
em Cana de Açúcar
Tempo de leitura: 5 minutos
A A
0
Home Culturas Cana de Açúcar

Segmento investe mais de R$ 600 milhões em combate e prevenção de incêndios

Por: João Botão | Sócio-diretor do Pecege Consultoria e Projetos

Canavial em chamas – Foto: Divulgação/Nitro

Sim, nós colocávamos fogo na cana. A queima antes da colheita era uma atividade praticamente obrigatória no setor sucroenergético. O objetivo era, principalmente, melhorar as condições para os trabalhadores. Para se ter uma ideia, um cortador de cana cortava, em canavial cru ou sem queima, cerca de três toneladas por dia. Enquanto em um canavial queimado esse número subia para 12 toneladas por dia. Quatro vezes mais rendimento. Portanto, um catalizador operacional barato. Porém, não era só chegar e colocar fogo.

Quando ocorria, essa queima era feita de maneira planejada, direcionada aos canaviais no ponto de colheita. Afinal, depois de queimada, a cana começa a se deteriorar. Se não colhida em 72 horas, as perdas de qualidade são tamanhas que praticamente inviabilizam seu uso para processamento industrial. Logo, pegar fogo de forma não planejada era (e é) sinônimo de prejuízo.

O maior interessado em que isso não aconteça é o produtor de cana. É o patrimônio dele em jogo. Pense na sua atividade econômica, no seu negócio. Você colocaria fogo? Acredito que não, certo? A não ser que você queira acabar com tudo. Porque o produtor de cana, o produtor rural, faria?

Até por isso, o setor da cana é o maior brigadista do país. O segmento investe mais de R$ 600 milhões por ano em combate e prevenção de incêndios, conta com equipes dedicadas e capacitadas para esse fim e tem mais de R$ 1 bilhão imobilizado em equipamentos como caminhões pipa ou bombeiro nas lavouras. Se tem usinas na sua região, é possível que o valor destinado ao combate a incêndios seja superior à verba para o corpo de bombeiros do município.

A queima prévia e planejada, quando ocorria, também prezava por aspectos de segurança. Ela tinha que ter autorização dos órgãos competentes. As equipes responsáveis preparavam a área que ia receber a queima, com promoção de aceiros, por exemplo. Afinal, o fogo não podia se alastrar para canaviais que não estivessem no ponto, dados os prejuízos já mencionados. Ela era feita em períodos específicos, geralmente à noite, quando as temperaturas estavam mais baixas. Sim, nossas mães sofriam. O lençol do varal amanhecia todo sujo em função dos “carvõezinhos”.

Eu não sei se você percebeu, mas, todas as vezes que me referi à queima prévia-planejada-segura, eu conjuguei os verbos no passado. “Colocávamos”, “fazíamos”, “era realizado”. Isso porque essa prática ficou no passado. Não se pode afirmar que não exista no Brasil, mas, sim, que é algo pontual, regional. No caso, me refiro ao Nordeste canavieiro que, em função da presença de relevos acidentados (especialmente no sul de Pernambuco e norte de Alagoas, os dois principais Estados produtores da região) que impossibilitam a mecanização, ainda se faz o uso da queima prévia-planejada-segura.

Para se ter ideia dessa (pouca) expressividade, em números macro, a área de colheita de cana no Brasil é de 8,3 milhões de hectares. O Nordeste concentra cerca de 10% da produção, que ocorre em 830 mil hectares. Desse volume, 70% ainda é colhido manualmente, portanto, com emprego da queima prévia-planejada-segura. O que resulta em 580 mil hectares, ou o equivalente a 7% da área de colheita no Brasil. Novamente, algo pontual, regional. O restante da colheita, os 93%, ou 7,8 milhões de hectares, são colhidos sem queima e de forma mecanizada. E isso ocorre há pelo menos dez anos.

O avanço da mecanização e a redução das queimadas prévias-planejadas-seguras deu-se a partir de 2007, com a assinatura do Protocolo Agroambiental de São Paulo. Um acordo voluntário estabelecido entre governo, usinas e produtores para antecipar os prazos para o fim do uso do fogo prévio-planejado-seguro. Os originais constam na Lei 11.241 de 2002. Aliás, de acordo com essa lei, em áreas mecanizáveis (declividade inferior a 12%), o uso do fogo está proibido desde 2021, seja ele prévio-planejado-seguro ou não. Sendo assim, quando há incêndio no canavial, a responsabilidade é do produtor, que fica sujeito a multas. Novamente, tem sentido ele ser o responsável pela queima?

Ainda sobre o acordo, apesar de ser algo estadual – e por si só já tem muita relevância, já que mais de 50% da produção de cana está em São Paulo –, ele acabou tendo um efeito-cascata, atraindo a adesão do centro-sul canavieiro como um todo. Isso porque as entidades que representam o setor produtivo, como Unica e Orplana, têm associados e, consequentemente, atuação em outros Estados além de São Paulo. Portanto, acabou sendo um movimento setorial, e não estadual.

Dado o histórico, é compreensível que as pessoas comuns (que não são do meio) associem a queimada aos produtores. Nós realmente promovíamos a queima prévia-planejada-segura dos canaviais. Mas ela ficou no passado. O setor evoluiu. O que vimos acontecer nos últimos meses foram queimadas criminosas. Um crime em que o produtor é a vítima, não o criminoso. Um crime que muitas vezes vem acompanhado de outro: calúnia e difamação. Afinal, desinformação e narrativas ideológicas sobrepondo fatos e dados também são incêndios na sociedade.

Por: João Botão | Sócio-diretor do Pecege Consultoria e Projetos

Fonte: Globo Rural

Clique AQUI, entre no nosso canal do WhatsApp para receber as principais notícias do mundo agro.

SendTweetCompartilhar
Artigo anteiror

Zilor anuncia aquisição de usina por R$ 600 milhões e aumenta capacidade de moagem

Próximo post

Café solúvel: Brasil exporta 2,96 milhões e consumo soma 823 mil sacas em 2024

Redação Visão Agro

Redação Visão Agro

Notícias Relacionadas

SCA Brasil projeta moagem de cana 5,4% menor no Centro-Sul em 2025/26
Cana de Açúcar

Moagem de cana no Centro-Sul deve cair para 590,4 mi t em 2025/26, diz SCA Brasil

por Redação Visão Agro
20 agosto, 2025

A safra 2025/26 de cana-de-açúcar no Centro-Sul deve registrar redução de mais de 30 milhões de toneladas na moagem na...

Ler maisDetails
Manejo eficiente pode reduzir emissões de óxido nitroso no setor sucroenergético
Cana de Açúcar

Safra de cana: clima ainda é decisivo

por Redação Visão Agro
20 agosto, 2025

Para reduzir o risco climático, Pedroso destaca o papel da irrigação A safra 2025/2026 da cana-de-açúcar no Centro-Sul começa marcada...

Ler maisDetails
Centro-Sul deve moer 598,8 mi t de cana na safra 2025/26, queda de 3,7%, avalia StoneX
Cana de Açúcar

Produtividade da cana recua no Centro-Sul em julho, aponta CTC

por Redação Visão Agro
19 agosto, 2025

A produtividade dos canaviais do Centro-Sul registrou retração em julho em comparação ao mesmo período da safra passada. A média...

Ler maisDetails
Centro-Sul deve moer 598,8 mi t de cana na safra 2025/26, queda de 3,7%, avalia StoneX
Cana de Açúcar

Moagem no Centro-Sul atinge 50,22 milhões de toneladas na segunda metade de julho

por Redação Visão Agro
18 agosto, 2025

Na segunda quinzena de julho, as unidades produtoras da região Centro-Sul processaram 50,22 milhões de toneladas ante a 51,59 milhões...

Ler maisDetails
IA revoluciona o monitoramento de pragas na cana-de-açúcar
Usinas

Confira a lista dos 10 maiores grupos do setor sucroenergético em 2024/25

por Redação Visão Agro
14 agosto, 2025

Segundo levantamento da FG/A (2025), a Raízen segue soberana no setor sucroenergético brasileiro, ocupando o primeiro lugar com 78,3 milhões...

Ler maisDetails
Centro-Sul deve moer 598,8 mi t de cana na safra 2025/26, queda de 3,7%, avalia StoneX
Cana de Açúcar

Hedgepoint atualiza projeção para safra de cana 2025/26 para 605 milhões de toneladas

por Redação Visão Agro
12 agosto, 2025

A safra 2025/26 está apresentando um desempenho abaixo do esperado, segundo a coordenadora de inteligência de mercado Lívea Coda Os...

Ler maisDetails
Bioenergia já é 30% de toda a matriz energética do Brasil
Cana de Açúcar

Guatemala abre mercado para mudas de cana, anunciam ministérios

por Redação Visão Agro
11 agosto, 2025

O Brasil poderá exportar gergelim para a África do Sul e mudas de cana-de-açúcar para Guatemala, informaram o Ministério da...

Ler maisDetails
Centro-Sul deve moer 598,8 mi t de cana na safra 2025/26, queda de 3,7%, avalia StoneX
Cana de Açúcar

Centro-Sul deve moer 598,8 mi t de cana na safra 2025/26, queda de 3,7%, avalia StoneX

por Redação Visão Agro
31 julho, 2025

Centro-Sul deve moer 598,8 mi t de cana na safra 2025/26, queda de 3,7%, avalia StoneX A safra 2025/26 de...

Ler maisDetails
SCA Brasil projeta moagem de cana 5,4% menor no Centro-Sul em 2025/26
Cana de Açúcar

Cana-de-açúcar: frio altera acidez e viscosidade do melado

por Redação Visão Agro
30 julho, 2025

Acidez da garapa aumenta após geadas As lavouras de cana-de-açúcar na região administrativa de Santa Rosa, conforme o Informativo Conjuntural...

Ler maisDetails
SCA Brasil projeta moagem de cana 5,4% menor no Centro-Sul em 2025/26
Cana de Açúcar

SCA Brasil projeta moagem de cana 5,4% menor no Centro-Sul em 2025/26

por Redação Visão Agro
24 julho, 2025

A safra de cana-de-açúcar 2025/26 na região Centro-Sul do Brasil deve ser menor que a anterior, segundo projeções da SCA...

Ler maisDetails
Carregar mais
Próximo post
Café: Preço médio do arábica é o maior desde fev/22

Café solúvel: Brasil exporta 2,96 milhões e consumo soma 823 mil sacas em 2024

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

LinkedIn Instagram Twitter Youtube Facebook

CONTATO
(16) 3945-5934
atendimento@visaoagro.com.br
jornalismo@visaoagro.com.br
comercial@visaoagro.com.br

VEJA TAMBÉM

  • Prêmio Visão Agro
  • Vision Tech Summit 
  • AR Empreendimentos

Todos os direitos reservados 2024 © A R EMPREENDIMENTOS COMUNICAÇÃO E EVENTOS LTDA – CNPJ: 05.871.190/0001-36

Inovação, tecnologia e transformação digital no Agronegócio.
Prepare-se para o maior evento tech-agro do ano!

Saiba mais no site oficial

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Bioenergia
    • Biocombustíveis
    • Biogás
    • Biomassa
    • Energia renovável
    • Usinas
  • Mundo Agro
    • Cooperativismo
    • Sustentabilidade
    • Tecnologia
  • Mercado
    • Clima
    • Economia
    • Geopolítica
    • Internacional
    • Negócios
    • Política e Governo
    • Transporte
  • Culturas
    • Algodão
    • Café
    • Cana de Açúcar
    • Fruticultura
    • Grãos
    • Milho
    • Pecuária
    • Soja
    • Trigo
  • Insumos agrícolas
    • Adubos e fertilizantes
    • Biológicos e Bioinsumos
    • Defensivos Agrícolas
    • Implementos Agrícolas
    • Irrigação
    • Máquinas agrícolas
  • Eventos Visão Agro
    • Vision Tech Summit – Indústria do Amanhã
    • Prêmio Visão Agro Brasil
    • Vision Tech Summit – Agro
    • Prêmio Visão Agro Centro – Sul
  • Em destaque
  • Leia mais

Todos os direitos reservados 2024 © A R EMPREENDIMENTOS COMUNICAÇÃO E EVENTOS LTDA – CNPJ: 05.871.190/0001-36