A Canaplan estima que o Centro-Sul do Brasil deve produzir entre 32,3 milhões de toneladas e 32,9 milhões de toneladas de açúcar na safra de cana 2022/23, que se encerrará em março de 2023. Já a fabricação de etanol foi estimada entre 23,9 bilhões de litros e 24,3 bilhões de litros no período.
As projeções foram divulgadas durante a 2ª Reunião Canaplan 2022, realizada, ontem (27), em Ribeirão Preto (SP). Em 2021/22, as usinas moeram 523,1 milhões de toneladas de cana e produziram 32,1 milhões de toneladas de açúcar, além de 24,1 bilhões de litros de etanol.
As previsões para açúcar e etanol variam de acordo com o volume da safra e a produtividade. Para a consultoria, se o processamento de cana ficar em 532,4 milhões de toneladas, com o mix açucareiro estimado em 45,5%, a região tende a produzir 32,3 milhões de toneladas de açúcar e 23,9 bilhões de litros de etanol.
Já com moagem máxima estimada em 546,8 milhões de toneladas, a estimativa para a produção do adoçante sobe para 32,9 milhões de toneladas e a do biocombustível para 24,3 bilhões de litros.
Em um cenário médio, com moagem em 539,3 milhões de toneladas de cana, o Centro-Sul tende a fabricar 32,7 milhões de toneladas do adoçante e 24,2 bilhões de litros de etanol. A produtividade é estimada entre 71 toneladas de cana por hectare e 73 toneladas de cana por hectare.
O consultor da Canaplan, Nilceu Piffer Cardozo, afirmou durante a apresentação dos dados que a safra 2022/23 apresentou uma “combinação caótica de fatores”, com o atraso inicial da moagem e o ritmo lento da colheita, mas com as chuvas em outubro e no outono favorecendo a produção. “As chuvas aconteceram em momentos críticos”, disse ele.
Entretanto, pontuou Cardozo, a safra está se arrastando por mais meses e as chuvas começam a prejudicar o Açúcar Total Recuperável (ATR). A Canaplan estima que a qualidade da cana da safra 2022/23 fique entre 139,9 kg/t e 138,7 kg/t.
Safra 2023/24 – O Centro-Sul brasileiro deve produzir entre 558,7 milhões de toneladas e 570 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2023/24, com início em abril de 2023. O volume estimado supera o processamento previsto pela consultoria para a safra 2022/23, que está entre 532,4 milhões de toneladas e 546,8 milhões de toneladas.
Dado o volume da safra, a Canaplan estima que a região pode produzir de 34,53 milhões de toneladas a 35,23 milhões de toneladas de açúcar e de 25,02 bilhões de litros a 25,53 bilhões de litros de etanol. As previsões consideram um mix açucareiro de 46%, qualidade da cana em Açúcar Total Recuperável (ATR) de 141 kg/t e produtividade em 75,5 toneladas de cana por hectare.
Para a temporada 2022/23, a consultoria estimou produção de açúcar entre 32,3 milhões de toneladas e 32,9 milhões de toneladas, fabricação de etanol entre 23,9 bilhões de litros e 24,3 bilhões de litros e mix açucareiro de 45,5%.
A Canaplan prevê, ainda, área entre 7,4 milhões de hectares e 7,55 milhões de hectares em 2023/24, em linha com os 7,494 milhões hectares de 2022/23.
Ao contrário do que indicam previsões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Canaplan avalia que a reforma de área cultivada com cana-de-açúcar deve ocorrer, mas de forma diluída. “A competição com grãos ocorre sim, mas não da forma irreversível como sugerida, a maior parte das regiões produtoras de cana não é apta à safrinha”, disse Nilceu Cardozo.
O consultor ressaltou as condições climáticas na temporada 2023/24 devem ser as melhores dos últimos três anos, apesar da presença do fenômeno La Niña. “As previsões têm sugerido, entre outubro e novembro, chuvas dentro da normalidade ou acima. Já em dezembro e janeiro chuvas mais dispersas. Se tivermos esse padrão, pode haver um efeito benéfico para o canavial”, afirmou.
Fonte: Estadao
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