Economia circular, adubos biológicos e irrigação são algumas das principais soluções para os produtores
“Se há dez anos a vinhaça era um grande problema, hoje se tornou parte do setor”, afirma o economista Haroldo Torres
Ainda que parte do setor sucroenergético seja tradicional em suas práticas produtivas, há uma parcela se dedicando a novas tecnologias e práticas de economia circular, em um movimento impulsionado especialmente pela possível escassez de insumos e pela alta dos custos.
Durante a Conferência NovaCana 2022, o economista do Instituto de Pesquisa e Educação Continuada em Economia e Gestão (Pecege), Haroldo Torres, destacou algumas destas soluções. Além disso, ele também expressou alguns pontos frágeis do setor em relação a máquinas e equipamentos agrícolas e atualização varietal.
Analisando a média de variedades lançadas por ano, no período de 2012 a 2021, a partir de dados do Registro Nacional de Cultivares, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Torres aponta que o milho tem 442 novos cultivares registrados e a soja tem 308, enquanto a cana-de-açúcar tem apenas 11.
O economista destaca ainda a presença de variedades pré-colheita mecanizada no campo e o desinteresse de grandes grupos globais pelo melhoramento da planta. Para ele, o resultado econômico do setor influencia fortemente a decisão de investimentos em novas espécimes – ou seja, desempenhos fracos nos últimos anos levaram a um atraso.
Apesar disso, o economista mencionou o lançamento recente de novas variedades pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC). “É um ponto em que vemos usinas avançando fortemente, e que será um salto de produtividade. Temos variedades lançadas que são mais resistentes e adaptadas a ambientes restritivos”, comemora.
Já no quesito maquinário, considerando uma pesquisa feita pelo Pecege com usinas clientes localizadas no Centro-Sul, a idade média das colhedoras de cana em 2021/22 era de 10,84 mil horas. “Estamos vivendo uma inflação na linha de máquinas e equipamentos agrícolas. Por exemplo, um trator para colheita teve um incremento de custo de aquisição de mais de 44%. Esse trator já pode ser cotado em mais de R$ 1 milhão”, observa Torres.
Por conta disso, o setor está buscando outras soluções. Diante do aumento de pressão causado pelos maiores custos para a aquisições de máquinas e equipamentos, o processo de locação ou terceirização das operações mecanizadas vem crescendo.
“Assim como a idade média dos canaviais deve aumentar, mas com longevidade e produtividade, isso também vai se dar com os ativos – máquinas, equipamentos e implementos. O produtor terá que alongar a vida útil dessas colhedoras, mas mantendo disponibilidade e os custos com manutenção ligeiramente controlados”, explica o economista.
Fonte: Nova Cana
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