Para a Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), o governo acerta ao retomar a cobrança de importação do etanol. “Foi uma medida acertada para a competitividade das indústrias do País, especialmente do Nordeste”, disse o presidente da NovaBio, Renato Cunha. A alíquota havia sido zerada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em março de 2022 e voltou à taxação original de 18% sobre o biocombustível trazido do exterior ao Brasil desde ontem (1º).
O Nordeste brasileiro foi uma das principais regiões afetadas pela desoneração no último ano, dada a proximidade logística com os Estados Unidos, principal país exportador ao Brasil. Em 2022, o gigante norte-americano foi responsável por mais de 65% do total de etanol importado, com a venda de 209,605 milhões de litros do total de 311,838 milhões de litros. “O etanol de milho dos Estados Unidos já é subsidiado e é um produto que entra pelos portos do Nordeste do País bem no período da safra (de cana), o que prejudica a competitividade, a geração de empregos e o ânimo da produção”, afirmou Cunha.
Para ele, a decisão do governo anterior de zerar tributos de importação foi uma operação “desordenada”. “Nunca houve contrapartida pelos Estados Unidos para uma abertura de mercado de açúcar do Nordeste. Estamos sempre abertos a dialogar”, afirmou o presidente da NovaBio.
A entidade estima que a safra do Norte e Nordeste da temporada 2022/23 (que será encerrada entre março e abril) registre produção de 2,3 bilhões de litros de etanol hidratado e anidro, 8% superior ao registrado em 2021/22. No caso do açúcar, a expectativa é de que sejam fabricadas 3,3 milhões de toneladas, quantidade 12% superior à produzida em 2021/22.
Fonte: Broadcast
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