Reduzir a poluição do ar melhora o desenvolvimento da função pulmonar em crianças e provoca redução no número de jovens com problemas pulmonares significativos, aponta estudo do Instituto Karolinska, em Estocolmo, Suécia, publicado neste mês. Durante a pesquisa, os cientistas coletaram e analisaram dados de 1509 participantes nascidos na capital da Suécia entre 1994 e 1996. Eles passaram por medições da função pulmonar aos oito, 16 e 24 anos.
No estudo, os pesquisadores observaram que a função pulmonar se desenvolve rapidamente na infância a na adolescência até atingir seu pico no início dos 20 anos. Os dados das medições de função pulmonar dos participantes foram comparados aos níveis de poluição encontrados no endereço que viviam, como índices de carbono negro e óxidos de nitrogênio.
No geral, embora não para todos os participantes, uma descoberta surpreendente foi feita: o nível de exposição à poluição do ar no período analisado diminuiu nos locais em que os participantes viviam. De acordo com os pesquisadores, isso pode ter ocorrido devido a uma série de fatores, incluindo uma frota de automóveis mais moderna na Suécia, o aumento de veículos elétricos e restrições de tráfego .
Depois de levar em consideração o crescimento pulmonar esperado como resultado da adolescência, bem como fatores como tabagismo, educação dos pais e exposição à poluição do ar no primeiro ano de vida, a equipe descobriu que as reduções na poluição do ar observadas durante o estudo estavam associadas a um aumento na taxa de crescimento de função pulmonar dos participantes.
Por exemplo, em comparação com aqueles que viviam em locais em que não houve diminuição da poluição do ar, os participantes que experimentaram uma redução de 2,19 ?g/m3 nos níveis de PM2.5, uma partícula poluente, apresentaram um risco 20% menor de ter a função pulmonar clinicamente prejudicada.
Embora os pesquisadores afirmem que as diferenças não foram grandes em nível individual, o impacto pode ser significativo em larga escala . “Com uma melhor qualidade do ar, reduzimos o risco de crianças terem função pulmonar clinicamente prejudicada”, disse, em nota Erik Melén, autor do estudo e professor do Instituto Karolinska. “A longo prazo, qualquer melhoria incremental na função pulmonar terá um efeito positivo na diminuição risco de adquirir doenças crônicas na idade adulta e até na expectativa de vida”.
Fonte: Revista Crescer
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