O petróleo recuou mais de 4%, estendendo perdas após crise no Credit Suisse renovar preocupações com o sistema bancário nos Estados Unidos e na Europa. Este cenário motivou uma fuga dos ativos de risco e alta do dólar no exterior, pressionando commodities como o petróleo.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para abril fechou em queda de 5,22% (US$ 3,72), a US$ 67,61 o barril, enquanto o Brent para maio, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), caiu 4,85% (US$ 3,76), a US$ 73,69 o barril.
O petróleo chegou a ensaiar movimento de recuperação das perdas de ontem no início da manhã, mas inverteu o sinal junto com a piora nos mercados financeiros globais em meio a preocupações com o Credit Suisse.
Hoje, o maior acionista do banco, o Saudi National Bank, descartou oferecer maior assistência financeira após o Credit reportar inconsistências em seus balanços corporativos.
Ao longo da sessão, os contratos do petróleo ampliaram perdas e chegaram a cair por volta de 7%, com ambos WTI e Brent alcançando seu menor nível desde dezembro de 2021.
Na visão da Oanda, a pressão sobre o petróleo no curto prazo pode piorar caso a turbulência bancária se amplie, embora perspectivas de longo prazo ainda ofereçam suporte para o óleo.
“Apesar dos riscos macroeconômicos, gigantes do petróleo têm uma boa chance de ainda manter perspectivas de lucro considerando a rapidez em que o mercado pode voltar a ficar apertado”, avalia a Oanda.
Já o TD Securities analisa que a tendência de queda nos mercados de energia atingiu “efetivamente” sua máxima posição de venda, o que poderia sugerir que o mercado estaria sem recursos para uma queda adicional.
“No entanto, uma quebra técnica de preços mais baixa no prazo imediato pode catalisar novas vendas antes dos preços se consolidarem”, alerta o banco de investimentos.
Hoje, a Agência Internacional de Energia (AIE) elevou sua projeção da oferta global de petróleo e manteve a projeção de demanda para 2023.
O órgão também divulgou que a receita com exportações de petróleo da Rússia caiu pela metade em cerca de um ano, enquanto os volumes de venda não mudaram, sugerindo que as sanções ocidentais estão fazendo efeito sem restringir os fluxos da commodity.
Ainda no radar, os estoques de petróleo nos Estados Unidos aumentaram acima do esperado pelo mercado, segundo relatório do Departamento de Energia (DoE) americano, ao passo em que os estoques de gasolina e destilados recuaram na semana encerrada em 10 de março.
Fonte: Estadão Conteúdo
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