Setor já contabilizou R$ 180 mi de prejuízos com incêndios em Minas
Para debater os impactos dos incêndios rurais no agronegócio de Minas Gerais, a SIAMIG Bioenergia participou, nesta quarta-feira (11/9), de uma audiência pública promovida pela Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A audiência abordou as consequências dos incêndios, especialmente para o setor sucroenergético, considerando que o Estado é o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do país.
O debate atendeu a requerimento do presidente da comissão, deputado Raul Belém, que reforçou a necessidade de esclarecer que o setor produtivo não é culpado pelos incêndios e, na prática, é mais uma vítima do fogo. “Vivemos algo inédito em termos climáticos. Nunca passamos por uma estiagem tão severa e tantos danos provocados por incêndios, daí a necessidade de reavaliar, permanentemente, a capacidade do Estado de enfrentá-los”, afirmou o parlamentar.
Segundo dados da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG Bioenergia), somente no Triângulo Mineiro, responsável por 78% da produção de cana-de-açúcar no Estado, foram queimados aproximadamente 45 mil hectares de plantações de cana-de-açúcar, sendo que destes, 30 mil hectares eram de cana a ser colhida, correspondendo a cerca de 2 milhões de toneladas. O setor já contabiliza R$180 milhões de prejuízos iniciais com os incêndios no estado.
As informações foram sintetizadas na apresentação feita pelo presidente da SIAMIG Bioenergia, Mário Campos.
Além de defender uma limpeza mais eficiente das faixas de domínio das rodovias, pois muitas delas cortam áreas com plantações, matas ou vegetação seca, ele alertou sobre a necessidade de uma ação mais eficaz da Cemig na manutenção preventiva contra incêndios, com a substituição de estruturas antigas, como postes de madeira.
Ele também defendeu a reestruturação do programa Previncêndio, com medidas como a disponibilização exclusiva de aeronaves de combate a incêndios nas regiões mais vulneráveis durante o período crítico, de julho a setembro. Esse programa é uma força-tarefa do poder público para garantir uma resposta mais rápida e coordenada na fiscalização, prevenção e combate a incêndios nas unidades de conservação do Estado.
Nessa linha, Mário Campos também cobrou mais investimentos na infraestrutura e no pessoal do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar Ambiental, destacando a infraestrutura de combate a incêndios que as empresas do setor sucroenergético já possuem. São equipes com equipamentos, veículos e até aeronaves, que passam por treinamento constante e realizam ações de monitoramento e educação ambiental.
Outras propostas levadas ao debate foram a ampliação do prazo para pagamento de dívidas dos produtores que tiveram suas propriedades atingidas, a manutenção das rodovias com ações de segurança contra incêndios, por meio de aceiros em toda a faixa marginal sob domínio das vias, e o pedido para que as estruturas do programa Previncêndio fiquem à disposição para combate ao fogo mesmo fora das unidades de conservação.
Também participaram da audiência os deputados Dr. Maurício e Antonio Carlos Arantes, o secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Ricardo Albanez, o gerente do Departamento Técnico da Emater, Milton Flávio Nunes, a gerente de sustentabilidade do Sistema Faemg Senar, Mariana Ramos, o presidente da Academia Latino-Americana do Agronegócio, Manoel Mário de Souza Barros, o representante jurídico da Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Campo Florido (Canacampo), Renato Aparecido Roque, e a chefe do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Meio Ambiente da PCMG, Bianca Landau Braile.
Fonte: Siamig Bioenergia
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