Faltam
00 Dias
|
00 Horas
|
00 Minutos
|
00 Segundos
para o
21º Prêmio Visão Agro Brasil
segunda-feira, junho 30, 2025
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
  • NOTÍCIAS
  • DESTAQUES
  • NOSSOS EVENTOS
  • QUEM SOMOS
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
  • NOTÍCIAS
  • DESTAQUES
  • NOSSOS EVENTOS
  • QUEM SOMOS
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
Nenhum resultado
Ver todos os resultados

“Sim, nós colocávamos fogo na cana” – Por: João Botão

Redação Visão Agro por Redação Visão Agro
18 outubro, 2024
em Cana de Açúcar
Tempo de leitura: 5 minutos
A A
0
Home Culturas Cana de Açúcar

Segmento investe mais de R$ 600 milhões em combate e prevenção de incêndios

Por: João Botão | Sócio-diretor do Pecege Consultoria e Projetos

Canavial em chamas – Foto: Divulgação/Nitro

Sim, nós colocávamos fogo na cana. A queima antes da colheita era uma atividade praticamente obrigatória no setor sucroenergético. O objetivo era, principalmente, melhorar as condições para os trabalhadores. Para se ter uma ideia, um cortador de cana cortava, em canavial cru ou sem queima, cerca de três toneladas por dia. Enquanto em um canavial queimado esse número subia para 12 toneladas por dia. Quatro vezes mais rendimento. Portanto, um catalizador operacional barato. Porém, não era só chegar e colocar fogo.

Quando ocorria, essa queima era feita de maneira planejada, direcionada aos canaviais no ponto de colheita. Afinal, depois de queimada, a cana começa a se deteriorar. Se não colhida em 72 horas, as perdas de qualidade são tamanhas que praticamente inviabilizam seu uso para processamento industrial. Logo, pegar fogo de forma não planejada era (e é) sinônimo de prejuízo.

O maior interessado em que isso não aconteça é o produtor de cana. É o patrimônio dele em jogo. Pense na sua atividade econômica, no seu negócio. Você colocaria fogo? Acredito que não, certo? A não ser que você queira acabar com tudo. Porque o produtor de cana, o produtor rural, faria?

Até por isso, o setor da cana é o maior brigadista do país. O segmento investe mais de R$ 600 milhões por ano em combate e prevenção de incêndios, conta com equipes dedicadas e capacitadas para esse fim e tem mais de R$ 1 bilhão imobilizado em equipamentos como caminhões pipa ou bombeiro nas lavouras. Se tem usinas na sua região, é possível que o valor destinado ao combate a incêndios seja superior à verba para o corpo de bombeiros do município.

A queima prévia e planejada, quando ocorria, também prezava por aspectos de segurança. Ela tinha que ter autorização dos órgãos competentes. As equipes responsáveis preparavam a área que ia receber a queima, com promoção de aceiros, por exemplo. Afinal, o fogo não podia se alastrar para canaviais que não estivessem no ponto, dados os prejuízos já mencionados. Ela era feita em períodos específicos, geralmente à noite, quando as temperaturas estavam mais baixas. Sim, nossas mães sofriam. O lençol do varal amanhecia todo sujo em função dos “carvõezinhos”.

Eu não sei se você percebeu, mas, todas as vezes que me referi à queima prévia-planejada-segura, eu conjuguei os verbos no passado. “Colocávamos”, “fazíamos”, “era realizado”. Isso porque essa prática ficou no passado. Não se pode afirmar que não exista no Brasil, mas, sim, que é algo pontual, regional. No caso, me refiro ao Nordeste canavieiro que, em função da presença de relevos acidentados (especialmente no sul de Pernambuco e norte de Alagoas, os dois principais Estados produtores da região) que impossibilitam a mecanização, ainda se faz o uso da queima prévia-planejada-segura.

Para se ter ideia dessa (pouca) expressividade, em números macro, a área de colheita de cana no Brasil é de 8,3 milhões de hectares. O Nordeste concentra cerca de 10% da produção, que ocorre em 830 mil hectares. Desse volume, 70% ainda é colhido manualmente, portanto, com emprego da queima prévia-planejada-segura. O que resulta em 580 mil hectares, ou o equivalente a 7% da área de colheita no Brasil. Novamente, algo pontual, regional. O restante da colheita, os 93%, ou 7,8 milhões de hectares, são colhidos sem queima e de forma mecanizada. E isso ocorre há pelo menos dez anos.

O avanço da mecanização e a redução das queimadas prévias-planejadas-seguras deu-se a partir de 2007, com a assinatura do Protocolo Agroambiental de São Paulo. Um acordo voluntário estabelecido entre governo, usinas e produtores para antecipar os prazos para o fim do uso do fogo prévio-planejado-seguro. Os originais constam na Lei 11.241 de 2002. Aliás, de acordo com essa lei, em áreas mecanizáveis (declividade inferior a 12%), o uso do fogo está proibido desde 2021, seja ele prévio-planejado-seguro ou não. Sendo assim, quando há incêndio no canavial, a responsabilidade é do produtor, que fica sujeito a multas. Novamente, tem sentido ele ser o responsável pela queima?

Ainda sobre o acordo, apesar de ser algo estadual – e por si só já tem muita relevância, já que mais de 50% da produção de cana está em São Paulo –, ele acabou tendo um efeito-cascata, atraindo a adesão do centro-sul canavieiro como um todo. Isso porque as entidades que representam o setor produtivo, como Unica e Orplana, têm associados e, consequentemente, atuação em outros Estados além de São Paulo. Portanto, acabou sendo um movimento setorial, e não estadual.

Dado o histórico, é compreensível que as pessoas comuns (que não são do meio) associem a queimada aos produtores. Nós realmente promovíamos a queima prévia-planejada-segura dos canaviais. Mas ela ficou no passado. O setor evoluiu. O que vimos acontecer nos últimos meses foram queimadas criminosas. Um crime em que o produtor é a vítima, não o criminoso. Um crime que muitas vezes vem acompanhado de outro: calúnia e difamação. Afinal, desinformação e narrativas ideológicas sobrepondo fatos e dados também são incêndios na sociedade.

Por: João Botão | Sócio-diretor do Pecege Consultoria e Projetos

Fonte: Globo Rural

Clique AQUI, entre no nosso canal do WhatsApp para receber as principais notícias do mundo agro.

SendTweetCompartilhar
Artigo anteiror

Zilor anuncia aquisição de usina por R$ 600 milhões e aumenta capacidade de moagem

Próximo post

Café solúvel: Brasil exporta 2,96 milhões e consumo soma 823 mil sacas em 2024

Redação Visão Agro

Redação Visão Agro

Notícias Relacionadas

Falece Lilo Bortoletto, cooperado mais antigo da Coplacana e referência do cooperativismo em Piracicaba
Cana de Açúcar

Falece Lilo Bortoletto, cooperado mais antigo da Coplacana e referência do cooperativismo em Piracicaba

por Fabio Palaveri
3 junho, 2025

Faleceu na última segunda-feira, 2 de junho, aos 89 anos, em Piracicaba, o senhor Giordano Antonio Bortoletto, conhecido como Lilo...

Ler maisDetails
Manejo no corte de soqueira: estratégia para canaviais
Cana de Açúcar

Manejo no corte de soqueira: estratégia para canaviais

por Redação Visão Agro
27 maio, 2025

O manejo biológico tem ganhado espaço como uma alternativa eficiente Segundo Tiago Zucchi, fundador da MAVEZ Assessoria, o corte de...

Ler maisDetails
Avança em PL que isenta pagamento de royalties para produtores de cana com até 150 t
Cana de Açúcar

Lucro líquido do CTC aumenta 8,5% no quarto trimestre da safra 2024/25

por Redação Visão Agro
23 maio, 2025

Na safra, resultado líquido alcançou R$ 175,7 milhões, enquanto a receita líquida bateu recorde, em R$ 422,6 milhões Apesar das...

Ler maisDetails
A produtividade estagnada da cana não é apenas um problema técnico: é um risco à sustentabilidade do negócio
Cana de Açúcar

A produtividade estagnada da cana não é apenas um problema técnico: é um risco à sustentabilidade do negócio

por Fabio Palaveri
19 maio, 2025

Por: José Cristóvão Momesso A cana-de-açúcar ocupa um papel central na matriz energética e agroindustrial brasileira. Porém, mesmo com todo...

Ler maisDetails
Fenasucro dá largada à 31ª edição com novidades e foco em inovação e sustentabilidade
Bioenergia

Fenasucro dá largada à 31ª edição com novidades e foco em inovação e sustentabilidade

por Fabio Palaveri
15 maio, 2025

A 31ª edição da Fenasucro & Agrocana teve sua abertura oficial nesta quinta-feira (15), em cerimônia realizada no auditório da...

Ler maisDetails
Goiás bate recorde na produção de cana-de-açúcar na safra 2024/25
Cana de Açúcar

Goiás bate recorde na produção de cana-de-açúcar na safra 2024/25

por Redação Visão Agro
12 maio, 2025

A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) divulgou nesta sexta-feira (9/5) a 68ª edição do Agro em...

Ler maisDetails
Controle biológico avança na cana-de-açúcar
Cana de Açúcar

Controle biológico avança na cana-de-açúcar

por Redação Visão Agro
6 maio, 2025

Entre os destaques está o Trichogramma galloi Entre os destaques está o Trichogramma galloi - Foto: Arquivo Agrolink O uso...

Ler maisDetails
ORPLANA reafirma compromisso com a governança e transparência na revisão do Consecana/SP
Cana de Açúcar

ORPLANA reafirma compromisso com a governança e transparência na revisão do Consecana/SP

por Redação Visão Agro
2 maio, 2025

A ORPLANA (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil), na qualidade de entidade integrante do Consecana São Paulo,...

Ler maisDetails
Cana de Açúcar

Moagem de cana deve cair, mas produção de açúcar pode ser recorde em 2025/26, diz Conab

por Redação Visão Agro
30 abril, 2025

Produtividade média dos canaviais está estimada em 75.451 quilos por hectares, uma queda de 2,3% quando comparada com a última...

Ler maisDetails
Conectividade no campo: 66,55% da área de Cana-de-Açúcar no Brasil possui cobertura de internet
Cana de Açúcar

Conectividade no campo: 66,55% da área de Cana-de-Açúcar no Brasil possui cobertura de internet

por Redação Visão Agro
30 abril, 2025

Estudo revela que mais de 6 milhões de hectares de cana já possuem conectividade móvel, impulsionando inovação e produtividade no...

Ler maisDetails
Carregar mais
Próximo post
Café: Preço médio do arábica é o maior desde fev/22

Café solúvel: Brasil exporta 2,96 milhões e consumo soma 823 mil sacas em 2024

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

LinkedIn Instagram Twitter Youtube Facebook

CONTATO
(16) 3945-5934
atendimento@visaoagro.com.br
jornalismo@visaoagro.com.br
comercial@visaoagro.com.br

VEJA TAMBÉM

  • Prêmio Visão Agro
  • Vision Tech Summit 
  • AR Empreendimentos

Todos os direitos reservados 2024 © A R EMPREENDIMENTOS COMUNICAÇÃO E EVENTOS LTDA – CNPJ: 05.871.190/0001-36

Inovação, tecnologia e transformação digital no Agronegócio.
Prepare-se para o maior evento tech-agro do ano!

Saiba mais no site oficial

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Bioenergia
    • Biocombustíveis
    • Biogás
    • Biomassa
    • Energia renovável
    • Usinas
  • Mundo Agro
    • Cooperativismo
    • Sustentabilidade
    • Tecnologia
  • Mercado
    • Clima
    • Economia
    • Geopolítica
    • Internacional
    • Negócios
    • Política e Governo
    • Transporte
  • Culturas
    • Algodão
    • Café
    • Cana de Açúcar
    • Fruticultura
    • Grãos
    • Milho
    • Pecuária
    • Soja
    • Trigo
  • Insumos agrícolas
    • Adubos e fertilizantes
    • Biológicos e Bioinsumos
    • Defensivos Agrícolas
    • Implementos Agrícolas
    • Irrigação
    • Máquinas agrícolas
  • Eventos Visão Agro
    • Vision Tech Summit – Indústria do Amanhã
    • Prêmio Visão Agro Brasil
    • Vision Tech Summit – Agro
    • Prêmio Visão Agro Centro – Sul
  • Em destaque
  • Leia mais

Todos os direitos reservados 2024 © A R EMPREENDIMENTOS COMUNICAÇÃO E EVENTOS LTDA – CNPJ: 05.871.190/0001-36