A Organização Internacional do Açúcar (OIA) prevê superávit de 5,571 milhões de toneladas na oferta do adoçante no mundo em 2022/23 (outubro a setembro), ante déficit de 1,34 milhão de toneladas em 2021/22. Na primeira estimativa para a atual temporada, a entidade diz que o saldo reflete o maior volume disponível para exportação. “No entanto, o excesso de disponibilidade será menos visível na próxima temporada, pois os estoques na Índia foram reduzidos com exportações recordes no ciclo 2021/22”, pontua a entidade.
A OIA estima que a produção em 2022/23 deverá atingir recorde de 181,912 milhões de toneladas, aumento de 7,803 milhões de toneladas (4,48%) em relação à temporada passada. “O aumento substancial na produção do Brasil, juntamente com volumes mais altos para os principais produtores asiáticos, formam a base para esse total recorde”, afirma a entidade em relatório. A OIA destaca o potencial da produção de açúcar da Tailândia, que deverá aumentar para 12,33 milhões de toneladas, ante 10,134 milhões de toneladas do ciclo 2021/22.
A produção do Centro-Sul do Brasil para 2022/23 foi revisada marginalmente para cima em função das mudanças no mix de açúcar e etanol no País. “Embora até agora a produção de cana tenha ficado abaixo da temporada passada durante grande parte da safra, espera-se grandes avanços nos próximos semestres nessa região”, destaca a OIA. Apesar dos ganhos em 2022/23 em comparação com a safra global anterior, o total da produção mundial para 2021/22 também aumentou marginalmente nas previsões da OIA. O volume passou para 174,109 milhões de toneladas, ante 174,026 milhões de toneladas previstos em maio.
O consumo global foi estimado em 176,341 milhões de toneladas em 2022/23, alta de 0,51% ante o volume de 175,449 milhões de toneladas de 2021/22. A procura tende a ser impulsionada por uma recuperação da China, “à medida que os rígidos bloqueios para controle da covid-19 terminam”, pontua a OIA.
A diferença entre o superávit de produção e de consumo e a balança comercial devem compor os estoques globais. A organização estimou estoques finais em 96,349 milhões de toneladas em 2022/23 (alta de 3,4% ante 2021/22).
Etanol – A produção mundial de etanol na temporada global 2022/23 (de outubro a setembro) deverá atingir 111,3 bilhões de litros, representando um aumento de 6,1 bilhões de litros (5,8%) em relação à safra 2021/22, segundo a primeira perspectiva de balanço da temporada da Organização Internacional do Açúcar (OIA).
O Brasil será responsável por 28,5% da produção global, sendo superado apenas pelos Estados Unidos, que produzirão cerca de 53%. No Brasil, a entidade prevê que a produção deve chegar a 31,7 bilhões de litros em 2022, acima dos 29,8 bilhões de litros do ano passado. Segundo a OIA, uma parcela considerável do avanço está associada à maior produção brasileira de etanol de milho, que alcançará 4,5 bilhões de litros este ano.
O consumo brasileiro de etanol em 2022 ainda deve atingir 28,6 bilhões de litros, estima a entidade. “Enquanto isso, a competitividade e o consumo do etanol hidratado sofreram com as mudanças tributárias que visam conter a inflação dos preços da energia“, avalia a organização. “Mantivemos nossa projeção de 44,5% da matéria-prima a ser destinada ao açúcar nesta safra”, completou.
Além de observar as usinas brasileiras, a OIA também mantém o foco na produção indiana de etanol. De acordo com a entidade, a Índia deve atingir um novo recorde de produção de 3,8 bilhões de litros no ciclo 2022/23, acima dos 2,96 bilhões de litros em 2021/22 (alta de 28,4%). “A meta de mistura de 10% (de etanol na gasolina) já foi alcançada e a indústria espera uma mistura de 12% em 2023″, destaca a organização.
O consumo global do biocombustível deve atingir 105,8 bilhões de litros na safra 2022/23, um aumento de 4 bilhões de litros (3,9%) em relação ao ano anterior, segundo relatório da entidade.
Gabriela Brumatti
Fonte: O Estado de S. Paulo