Faltam
00 Dias
|
00 Horas
|
00 Minutos
|
00 Segundos
para o
21º Prêmio Visão Agro Brasil
sexta-feira, julho 11, 2025
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
  • NOTÍCIAS
  • DESTAQUES
  • NOSSOS EVENTOS
  • QUEM SOMOS
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
  • NOTÍCIAS
  • DESTAQUES
  • NOSSOS EVENTOS
  • QUEM SOMOS
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
Nenhum resultado
Ver todos os resultados

Ascensão e queda do Etanol no Brasil: um combustível que poderia ser internacional

Redação Visão Agro por Redação Visão Agro
5 agosto, 2022
em Biocombustíveis, Bioenergia, Economia, Mundo Agro
Tempo de leitura: 7 minutos
A A
0
Home Bioenergia Biocombustíveis

Nossa intenção com este breve texto é analisar assuntos importantes para o Brasil: o papel que o álcool combustível ocupa na história recente, sua utilização e crise, pela qual vem passando desde 2010, se for possível citar data para fins pedagógicos ou por conveniência de compreensão. Como surgiu o chamado etanol, como é mais conhecido na atualidade, e como ele pode interagir na economia internacional, apesar de sua “carbonização”?


Isso porque a premissa de que haverá forte descarbonização da economia internacional, utilizando menos petróleo e carvão mineral, é algo que poderá ocorrer em um futuro que ainda não está à vista. Por serem mais dinâmicos na exploração e na logística, os combustíveis fósseis serão utilizados pelos maiores países industrializados, ou mais que industrializados, por mais alguns anos. Arriscar quanto tempo essa realidade perdurará pode ser atraente para o campo da especulação, mas de pouca utilidade para investigações mais acuradas.

A conveniência dos hidrocarbonetos ocorre, como foi mencionado acima, pelo acúmulo de experiência em operação que os países, bem como empresas especializadas, apresentam para sua exploração. Apesar de o valor do barril de petróleo oscilar perto de 100 dólares há alguns meses, promovendo carestia no custo de vida em boa parte do sistema econômico mundial, a possibilidade desse custo abaixar para menos de 80 dólares é possível. Isso pode acontecer desde que as cadeias mundiais de produção venham a se equilibrar e entrar em regularidade, que a China (em primeiro lugar) possa retomar sua produção industrial em grande monta e que os países produtores de petróleo possam ter normalidade de produção, sem sofrer abalos por riscos políticos em virtude de guerras internacionais.

Não há dúvida de que parte substancial na alta do barril de petróleo nas praças financeiras, Londres e Nova York, obedece também ao dramático clima decorrente da atual guerra entre Rússia e Ucrânia, pela suspensão de petróleo e gás natural russos nas negociações internacionais de energia, pela “autofagia” que a União Europeia entrou em prol de algo com pouca consistência econômica e eficiência energética, chamada “green power”, na qual o Velho Mundo abre mão da regularidade e barateamento dos hidrocarbonetos, e de energia nuclear, para dar vazão a sentimentos considerados nobres e virtuosos, ligados a movimentos ambientais sem ligação suficiente com as reais condições de vida de setores sociais menos aquinhoados. Eis alguns motivos da carestia internacional.

Apesar de apresentarmos cena na qual os hidrocarbonetos imperam, por outro lado, não significa dizer que não haja espaço para demais geradores de energia, sobretudo renovável. Investimentos têm sido encontrados em vários países que promovem crescimento de energia eólica, por exemplo, para diversificar suas matrizes energéticas. A amostra mais evidente tem sido a China, cujo interesse na diversificação de sua matriz, já bem alimentada por hidrocarbonetos e nuclear, a leva a investir em fornecimento pela energia dos ventos.

Em uma combinação de interesses por maior exportação de commodities, com alto valor agregado, e por possível tomada de nova industrialização (ou neoindustrialização), o Brasil, entre alguns países interessados no tema, pode ter lugar de destaque pela produção de etanol de cana de açúcar. O emprego do álcool combustível brasileiro tem condições de promover efeitos positivos na economia nacional, desde que seja acompanhado de projeto coerente de desenvolvimento e de planejamento estratégico, ferramenta que infelizmente não é encontrada na inteligência brasileira há algumas décadas.

Criado pelo governo federal no período entre 1975 e 1979, o álcool combustível resultou, entre outros, de estudos de José Walter Bautista Vidal, que integrou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) e que chegou a gozar de algum sucesso na sociedade brasileira ao lançar carros populares, com preços reduzidos por incentivos governamentais. Os carros a álcool, contando com motores entre 1.000 e 1.600 cilindradas, custavam mais baratos que os movidos a gasolina, pois acreditava-se que o Brasil conseguiria substituir parte substancial da importação de petróleo, e seu alto valor em dólar, pelo uso do etanol de cana de açúcar, ação que contribuiria para o balanço nacional de pagamento, uma vez que o Brasil poderia despender menos recursos na importação de óleo. E vale a pena citar que estávamos na segunda crise de abastecimento, por conta da guerra entre Irã e Iraque, na qual o valor do barril chegava a 40 dólares, em comparação aos 12 dólares da crise de 1973.

Assim, o que parecia ser projeto bem-sucedido, apesar de determinados erros de concepção, teve interrupção, ou forte diminuição, a começar o governo de Collor de Mello, em 1990, cuja opinião era a de que o país não deveria subsidiar combustível, uma vez que o valor internacional do barril de petróleo estava entre dois e três dólares em função da alta produção que havia nos países do Oriente Médio, da ex-União Soviética e do Mar do Norte. Se havia muito petróleo barato, por que subsidiar algo que na produção era mais caro?

O raciocínio daquele mandatário, assim foi ventilado à época, era o de que o governo não poderia promover transferência de renda para um setor que historicamente é rico: usineiros. E o que também se observava era a queixa que esses empresários apresentavam ao poder público, para que dessem mais dinheiro para produzir etanol, caso contrário eles prefeririam usar o suco da cana para produzir açúcar para exportação e assim ganhar mais.

Pelo sim ou pelo não, a produção de etanol no Brasil despencou e não se recuperou mais nos anos 1990. Proprietários de carro a álcool tiveram que se desdobrar para não pararem ou se desfazer de seus veículos o mais rápido possível. Afinal, quem iria querer carro sem garantia de combustível? A perturbação acabou no ano de 2002/2003, com o aparecimento do carro flex, com o qual o consumidor poderia escolher entre álcool ou gasolina, conforme a circunstância.

A partir daquele ano houve entusiasmo pela produção de etanol e pela ampliação do parque sucroalcooleiro no Brasil. Novas usinas foram montadas em São Paulo, Pernambuco, Goiás e Paraná. Parecia que o setor entraria novamente em período promissor. O Brasil chegou a empatar com os Estados Unidos na produção de etanol, sendo que o renovável nacional é melhor que o estadunidense, por ter maior balanço energético. Necessita-se de uma unidade de energia para obter entre sete a nove com etanol; já no similar de milho, dos Estados Unidos, a contabilidade é de um para três ou quatro.

Como foi mencionado acima, o problema da retomada do etanol no Brasil não obedeceu a critérios de planejamento estratégico, erroneamente confundido com intervenção governamental em prejuízo do setor privado. Aquela retomada foi resultado do humor que determinados governantes tiveram em seus mandatos. Por isso, com o fim de seus governos, findou-se também o plano de o Brasil ser exportador de energia renovável, uma vez que não havia plataforma de regularidade que conservasse o que havia sido feito até então.

A partir de 2010 a produção de etanol despencou mais uma vez, para níveis dos anos 1990; já a produção estadunidense escalou muito e se distanciou ainda mais do Brasil. A falta de planejamento estratégico por parte da elite governante e empresarial do país pode ser observada pela ausência de plano regular de produção, de estudos sobre contratempos e possibilidades da cultura e pela ausência de combinação de interesses com demais atores.

Por ser combustível renovável e relativamente limpo, sem grande emissão de CO2, o álcool poderia ser nosso grande ato na ampliação do já competente agronegócio. O emprego de planejamento estratégico poderia ocorrer, entre outras coisas, no empenho de internacionalização do produto para concorrer com combustíveis de menor balanço energético e mais caros na produção, caso não somente do álcool de milho, mas também da beterraba branca dos europeus.

O problema de fundo é que no mercado internacional de energia o jogo costuma ser duro e pesado. Os países mais fortes politicamente defendem muito seus interesses: Estados Unidos e União Europeia. Essas potências buscam dificultar a importação de etanol do Brasil por meio de barreiras alfandegárias, sanitárias e, por fim, por propaganda contra a produção do Brasil, ao lançarem imagem de que sua cultura desmata a Amazônia e ocupa terrenos agrícolas que deveriam ser utilizados para a necessária produção de alimentos.

Eis o impasse. A necessidade de haver combinação de interesses entre Estado e empresários é fato. De igual modo, também se faz necessário projeto de articulação de defesa no etanol nas negociações internacionais com intuito de neutralizar suas ações que procuram prejudicar o produto nacional. Trata-se de problema político, diplomático, que temos que resolver para lançar combustível que além das vantagens apresentadas pode contribuir para a retomada de industrialização, de mecânica pesada, de metalurgia, caminhões, locomotiva, entre outras, no Brasil. Isto porque a retomada do parque sucroalcooleiro no país depende de regular produção industrial, sem a qual a movimentação de usinas, satisfatoriamente, não acontece. Seria mais produção, mais pagamento de impostos, mais impacto positivo na economia regional e mais criação de empregos para boa parte das formações: de técnicos a engenheiros, agrônomos, mecânicos eletricistas em geral; para motoristas de caminhão, tratoristas mais especializados, químicos, especialistas em caldeira, moendas e demais profissões em busca de emprego em um Brasil que necessita se encontrar com sua sociedade.

Além disso, o Brasil poderia usar o assunto etanol, combustível renovável, para retomar tema que ficara em suspenso há mais de quinze anos: a possível articulação diplomática entre Brasil, Índia, alguns países da África e possivelmente China para a criação de nova economia verde, com novos valores e concepções em prol dos países em desenvolvimento. Sem querer confrontar os membros do hemisfério norte, o etanol poderia ser o cimento de cooperação para os países do hemisfério sul em busca de participação com maior afinco.

José Alexandre Altahyde Hage

Fonte: Notícias Agrícolas

SendTweetCompartilhar
Artigo anteiror

Saúde animal: lucro ajustado da Ourofino diminui 18,8% no 2tri22, para R$ 23,6 milhões

Próximo post

Combustível do Futuro: SAF vai precisar de hidrogênio verde, não fóssil

Redação Visão Agro

Redação Visão Agro

Notícias Relacionadas

Com usina de R$ 1 bi, produtores de MT elevam demanda local por milho
Usinas

Com usina de R$ 1 bi, produtores de MT elevam demanda local por milho

por Redação Visão Agro
10 julho, 2025

Investimento já começou a ser feito e é bancado em boa parte com recursos dos próprios agricultores Primeiras instalações da...

Ler maisDetails
Sem novos projetos, país pode ter déficit na oferta de biodiesel
Biocombustíveis

Sem novos projetos, país pode ter déficit na oferta de biodiesel

por Redação Visão Agro
10 julho, 2025

Estudo indica que, sem novos projetos de ampliação da capacidade industrial, setor terá demanda maior que oferta em 2030 O...

Ler maisDetails
Usinas investem 180 milhões de reais na prevenção e combate a incêndios em Goiás
Usinas

Usinas investem 180 milhões de reais na prevenção e combate a incêndios em Goiás

por Redação Visão Agro
9 julho, 2025

Foto: divulgação RPA News Com o inverno, com dias secos e com ventos fortes dominando no Cerrado goiano, faz-se necessário...

Ler maisDetails
Com investimentos de R$ 105 milhões, usina Laguna inicia produção de açúcar em MS
Usinas

Com investimentos de R$ 105 milhões, usina Laguna inicia produção de açúcar em MS

por Redação Visão Agro
9 julho, 2025

Nova fábrica de açúcar tem capacidade para processar até 120 mil toneladas por ano Usina Laguna, no município de Batayporã,...

Ler maisDetails
Brasil terá que investir para atender B20 em 2030
Biocombustíveis

Brasil terá que investir para atender B20 em 2030

por Redação Visão Agro
9 julho, 2025

Consultoria Bain alerta que país corre o risco de viver um déficit de oferta se não surgirem novos projetos de...

Ler maisDetails
ETANOL: Indicadores seguem em queda
Biocombustíveis

Venda de etanol hidratado em São Paulo cai 40% e atinge menor volume da safra 2025/26

por Redação Visão Agro
9 julho, 2025

Menor volume da safra 2025/26 De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a comercialização...

Ler maisDetails
Com apoio do Governo de SP, Presidente Prudente inicia obra de R$12 milhões para distribuição de gás biometano
Biogás

Com apoio do Governo de SP, Presidente Prudente inicia obra de R$12 milhões para distribuição de gás biometano

por Redação Visão Agro
9 julho, 2025

Cidade será a primeira no Brasil a utilizar fonte para abastecimento em área urbana. Expansão do setor pode reduzir em...

Ler maisDetails
Usinas de destaque do setor bioenergético participam da 14ª edição do Prêmio Visão Agro Centro-Sul
Prêmio Visão Agro

Usinas de destaque do setor bioenergético participam da 14ª edição do Prêmio Visão Agro Centro-Sul

por Fabio Palaveri
8 julho, 2025

A contagem regressiva segue intensa para a 14ª edição do Prêmio Visão Agro Centro-Sul, que será realizada no dia 15...

Ler maisDetails
Exportação de etanol dos EUA aumenta 7% em maio ante abril, para 699,1 milhões de litros
Biocombustíveis

Exportação de etanol dos EUA aumenta 7% em maio ante abril, para 699,1 milhões de litros

por Redação Visão Agro
8 julho, 2025

Os Estados Unidos exportaram 184,7 milhões de galões (699,1 milhões de litros) de etanol em maio, aumento de 7% ante...

Ler maisDetails
São Paulo amplia produção de biogás com resíduos da cana-de-açúcar
Biogás

São Paulo amplia produção de biogás com resíduos da cana-de-açúcar

por Redação Visão Agro
8 julho, 2025

Presidente Prudente inicia obra de R$12 milhões para distribuição de gás biometano A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado...

Ler maisDetails
Carregar mais
Próximo post

Combustível do Futuro: SAF vai precisar de hidrogênio verde, não fóssil

LinkedIn Instagram Twitter Youtube Facebook

CONTATO
(16) 3945-5934
atendimento@visaoagro.com.br
jornalismo@visaoagro.com.br
comercial@visaoagro.com.br

VEJA TAMBÉM

  • Prêmio Visão Agro
  • Vision Tech Summit 
  • AR Empreendimentos

Todos os direitos reservados 2024 © A R EMPREENDIMENTOS COMUNICAÇÃO E EVENTOS LTDA – CNPJ: 05.871.190/0001-36

Inovação, tecnologia e transformação digital no Agronegócio.
Prepare-se para o maior evento tech-agro do ano!

Saiba mais no site oficial

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Bioenergia
    • Biocombustíveis
    • Biogás
    • Biomassa
    • Energia renovável
    • Usinas
  • Mundo Agro
    • Cooperativismo
    • Sustentabilidade
    • Tecnologia
  • Mercado
    • Clima
    • Economia
    • Geopolítica
    • Internacional
    • Negócios
    • Política e Governo
    • Transporte
  • Culturas
    • Algodão
    • Café
    • Cana de Açúcar
    • Fruticultura
    • Grãos
    • Milho
    • Pecuária
    • Soja
    • Trigo
  • Insumos agrícolas
    • Adubos e fertilizantes
    • Biológicos e Bioinsumos
    • Defensivos Agrícolas
    • Implementos Agrícolas
    • Irrigação
    • Máquinas agrícolas
  • Eventos Visão Agro
    • Vision Tech Summit – Indústria do Amanhã
    • Prêmio Visão Agro Brasil
    • Vision Tech Summit – Agro
    • Prêmio Visão Agro Centro – Sul
  • Em destaque
  • Leia mais

Todos os direitos reservados 2024 © A R EMPREENDIMENTOS COMUNICAÇÃO E EVENTOS LTDA – CNPJ: 05.871.190/0001-36