A possibilidade de aumento da mistura obrigatória de biodiesel no diesel fóssil a partir de 2023 trouxe ânimo à empresa Brasil BioFuels (BBF), maior produtora de óleo de palma da América Latina, que decidiu diversificar o negócio e inaugura sua primeira usina para produção de óleo de soja.
Em entrevista, o CEO da BBF, Milton Steagall, diz que a empresa vive “uma feliz coincidência”. “A gente está inaugurando uma planta que será preparada, em novembro e dezembro (deste ano), para poder atender a esse mercado que deve vir mais forte em janeiro (de 2023)”, prevê o executivo. Tanto a palma quanto a soja são matérias-primas para a produção de biocombustíveis.
Como adiantou a reportagem, a BBF investiu R$ 40 milhões para a construção da planta no sudeste do Pará, em Paragominas.
A usina terá capacidade de processar, até o fim de 2022, 4,8 mil toneladas da oleaginosa por mês, o que é considerado aproximadamente 76% da capacidade total. A estrutura do projeto também foi desenvolvida para ser duplicada em 2023.
“Fizemos a parte de caldeira de aquecimento prevendo uma ampliação, já que construímos a usina em um cenário mais conservador”, diz Steagall. “Imaginamos que, em caso de melhora (do cenário), poderemos dobrar a capacidade rapidamente”, completou.
Para o CEO, o Brasil já possui estrutura no mercado de soja para atender à mistura de 14% do biodiesel ao diesel fóssil, o chamado B14. Hoje o mix está em 10% e o aumento do porcentual é requisitado por integrantes do setor para janeiro de 2023.
Na avaliação do executivo da BBF, o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tende a atender ao pedido.
“O programa de biodiesel (brasileiro) foi realizado na época do presidente Lula, então ele tem muita familiaridade com o tema e sabe da relevância e importância disso”, avalia.
Ainda dentro da estratégia de expansão da Brasil BioFuels, Steagall ressalta que, a partir do próximo ano, será possível agregar mais valor ao óleo produzido pela empresa.
“Temos um portfólio da companhia com produtos que vamos lançar no setor da indústria de cosméticos, no início do ano que vem”, afirma o CEO, citando xampus e cremes hidratantes feitos “100% dentro de casa”.
Fonte: Estadao
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