Estimativa é de 76,2% de aumento das vendas ao país asiático, que já é o principal parceiro comercial brasileiro
A China pode chegar em 2030 importando do Brasil US$ 103,4 bilhões, valor 76,2% acima da média anual de US$ 58,9 bilhões, entre os anos de 2017 e 2020, segundo um estudo apresentado ontem (7), pelo CEBC (Conselho Empresarial Brasil-China), entidade bilateral que reúne empresas e instituições. Do lado do Brasil, exemplos são Bradesco, BRF, BB, JBS, Klabin, Suzano, 99, CPFL, Embraer, entre outras.
“A diversificação é um desafio para todos os setores da economia”, diz o especialista em comércio internacional, Fabrizio Panzini, coordenador do estudo “Exportações dos Estados Brasileiros para a China: Cenário Atual e Perspectivas para Diversificação”, apresentado na ultima quarta-feira(7). O estudo mostra o potencial de crescimento de produtos com demanda identificada no país asiático, nos vários setores da economia, o que promoveria uma diversificação da pauta, além da evolução recente das exportações. As projeções contaram com a colaboração do IPEA ( Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Os dados, que visam contribuir com políticas públicas, mostram que o país poderia expandir suas vendas em US$ 44,5 bilhões ao para a China, considerando apenas produtos com oportunidades mais evidentes. Com outra ajuda, desta vez da Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), o estudo lista 433 bens com oportunidades para manter, ampliar ou iniciar exportações para a China.
Do total, 216 foram considerados relevantes no trabalho de diversificação da pauta que, segundo Panzini, já são representativos na pauta das exportações dos estados. Outra observação é que, em valor de exportações, 72% das oportunidades correspondem a bens com os quais o Brasil já tem grande participação no mercado chinês. Isso significa que produtos em que é necessário consolidar, recuperar ou abrir mercado na China representam 28% do que o Brasil vendeu no período analisado.
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Atualmente, as exportações para a China estão concentradas em oleaginosas, no caso a soja, mais minérios e combustíveis. Entre os setores que poderiam ser explorados, em busca da diversificação, estão peles e couros (7 produtos); carnes (8 produtos); madeira e obras de madeira (15), além de ferro fundido, ferro e aço (9); pedras e gessos (11); produtos químicos orgânicos (11) e máquinas e equipamentos (19).
Entre os principais produtos para abertura de mercado, no caso de produtos do agro, estão outros processados de soja, além do que o Brasil já exporta, como farelos por exemplo, mais milho e miudezas congeladas de suínos. Dos produtos em consolidação nos dias atuais, os potenciais maiores estão em madeira serrada, celulose (principalmente pinus, as chamadas coníferas) e madeiras de não coníferas.
Dos setores consolidados, que entre 2017 e 2020 exportou, em média, US$ 42,4 bilhões anuais, estão soja em grão, celulose de eucalipto, carne bovina desossada, algodão não cardado (não penteado na indústria têxtil), além de minério de ferro. E, por fim, o estudo lista produtos que estão em processo de recuperação e que representam um risco de mercado. Entre os produtos de agro estão fumo não manufaturado, miudezas de frango, celulose (para dissolução de polímeros na China) e óleo de soja. Os produtos das categorias em consolidação, recuperação e abertura representaram US$ 16,6 bilhões em vendas entre 2017 e 2020.
FONTE: Forbes Agro
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