A moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de setembro na região Centro-Sul atingiu 25,29 milhões de toneladas, registrando queda de 29,73% em relação à quantidade registrada em igual período do ano passado, quando foram processadas 35,99 milhões de toneladas.
No acumulado da safra, a moagem totalizou 431,1 milhões de toneladas ante 467,98 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2021 — queda de 7,88%.
A queda assídua registrada na segunda metade de setembro é consequência dos altos níveis pluviométricos nas regiões produtoras da cultura.
Dados do INMET mostram que, no último mês, a precipitação foi bastante intensa principalmente nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e no sul de Minas Gerais. Esse evento prejudicou o avanço das operações de colheita e da indústria que, por consequência, foi responsável pelo decréscimo na produção registrada.
Por outro lado, a produtividade agrícola no mês de setembro vai na direção contrária e apresenta forte avanço em relação ao observado no mesmo período do ciclo agrícola anterior. Dados preliminares do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) apontam que o aumento ocorreu mais intensamente nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Até o dia 1º de outubro, 240 unidades estavam em operação no Centro-Sul frente às 222 na safra 2021/2022.
Na segunda quinzena de setembro, 12 unidades produtoras encerraram a moagem de cana-de-açúcar do atual ciclo. No acumulado, o encerramento de safra atinge 18 unidades.
A qualidade da matéria-prima colhida na segunda quinzena de setembro, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, retraiu em 0,3% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, registrando 155,3 kg de ATR por tonelada colhida.
No acumulado da safra, ainda se observa uma queda de 1,28%, com o indicador marcando 140,9 kg de ATR por tonelada.
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na segunda metade de setembro totalizou 1,70 milhão de toneladas (-27,32%). No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totaliza 26,33 milhões de toneladas, frente às 29,23 milhões de toneladas do ciclo anterior (-9,9%).
Na segunda quinzena de setembro, 1,42 bilhão de litros (-28,64%) de etanol foram fabricados. Do volume total produzido, o hidratado alcançou 728,77 milhões de litros (-36,75%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 695,14 milhões de litros (-17,55%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação de álcool atingiu 21,48 bilhões de litros (-5,84%), dos quais 12,91 bilhões consistem em etanol hidratado (-7,25%) e 8,57 bilhões em anidro (-3,62%).
Do total de biocombustível fabricado, a produção a partir do milho na segunda quinzena de setembro registrou 170,4 milhões de litros, frente aos 149,68 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022 — avanço de 15,18%. No acumulado desde o início da safra, a produção atingiu 2,07 bilhões de litros – avanço de 27,02% na comparação com igual período do ano passado.
Vendas de etanol
A segunda quinzena do mês de setembro foi marcada pela saída robusta de etanol das usinas, o que acarretou variações positivas no total do mês frente ao observado no mesmo período de 2021. No mês de setembro, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 2,67 bilhões de litros de etanol, o que representa um aumento de 8,12% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.
No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado foi de 1,38 bilhão de litros, o que significa um aumento de 4,67% em relação ao mesmo período da safra anterior. As vendas domésticas de etanol anidro, a despeito do aumento de mais de 3% na segunda metade do mês, totalizaram 938,83 milhões de litros em setembro, o que representa uma redução de 1,8%. No acumulado da safra, foram comercializados 8,27 bilhões de litros de hidratado domesticamente (-4,95%) e 5,37 bilhões de litros de etanol anidro ( 4,29%).
No mercado externo, um volume robusto de vendas foi registrado, confirmando o line-up projetado para o mês de setembro. O volume de etanol hidratado comercializado foi de 140,92 milhões de litros ( 2,93). Já para o etanol anidro, registrou-se 209,54 milhões de litros ( 264%). Ao todo, as exportações de etanol pelas unidades produtoras foram de 350,46 milhões de litros no mês ( 80,23%). No acumulado da safra, esse volume atingiu 1,24 bilhão de litros — um avanço de 33,05% em relação à safra 2021/2022.
Desde o início da safra 2022/2023, as unidades produtoras comercializaram 14,87 bilhões de litros de etanol, o que representa um avanço de 0,61% em relação ao mesmo período da safra anterior. Desse volume, as vendas de etanol hidratado totalizaram 8,73 bilhões de litros (-5,9%); já as de anidro, 6,14 bilhões de litros ( 11,61%).
Mercado de CBios
Dados da B3 mostram que, até o dia 7 de outubro, 23,38 milhões de CBios foram emitidos em 2022. A respeito do volume negociado e posse de créditos, até a data supramencionada, a parte obrigada do programa RenovaBio já adquiriu cerca de 27 milhões de créditos de descarbonização. Esse volume representa 76% da meta de aquisição total para o ano corrente.
Fonte: Unica
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