A pesquisa teve como objetivo avaliar de maneira muito criteriosa os impactos socioeconômicos e ambientais do sistema de produção de energia e alimento
Um estudo recentemente publicado na renomada revista Nature revelou os benefícios do sistema produtivo do etanol de milho de segunda safra no Brasil, destacando sua harmonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Este estudo foi desenvolvido pela Agroicone em parceria com Angelo Gurgel (Massachusetts Institute of Technology), Joaquim E. A. Seabra e Rosana Galindo (UNICAMP), Lee R. Lynd (Thayer School of Engineering, Dartmouth College).
A pesquisa teve como objetivo avaliar de maneira muito criteriosa os impactos socioeconômicos e ambientais do sistema de produção de energia e alimento que está em rápida expansão no Brasil e chamando atenção em escala global. A produção de etanol de milho no Brasil, apesar da recente história, já atingiu 6,3 bilhões de litros em 2024, com expectativa de atingir entre 13 e 15 bilhões de litros em 2032 segundo a EPE. Além da expansão de produção, há planos para a complementação com sistema a captura e armazenamento de carbono (BECCS), podendo ser o primeiro projeto do tipo na América Latina e no mundo.
A análise ambiental olhou para 18 indicadores intermediários e três indicadores finais (Ecossistemas, Saúde Humana e Disponibilidade de recursos). Foram utilizados outros dois modelos para indicadores socioeconômicos, com principal foco no bem-estar e segurança alimentar das famílias mais pobres no Brasil e no mundo. Por fim os resultados foram relacionados também com os ODS.
Principais resultados
O estudo indica que o sistema de produção do etanol de milho de segunda safra fornece energia renovável e acessível, com a produção anual adicional de cinco bilhões de litros de etanol e 600 GWh de energia elétrica, além de quatro milhões de toneladas de insumos para ração animal. Além disso, a prática contribui significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa, estimadas entre 9,3 milhões e 13,2 milhões de toneladas de CO2e, e 160 mil hectares de efeito poupa terra.
A análise utilizou métodos avançados de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) e modelos de equilíbrio geral computável (CGE), proporcionando uma visão abrangente dos impactos socioeconômicos e ambientais do sistema de produção de etanol de milho de segunda safra no Brasil. A pesquisa sublinha a importância de avaliações integradas que abordem um espectro completo de impactos, incluindo aspectos macroeconômicos, de segurança alimentar, saúde humana, ecossistemas e efeitos sobre populações de baixa renda. Esse olhar foi essencial para alçar a publicação para uma das revistas mais conceituadas na área.
Com isso, o estudo inédito conclui que há evidências sólidas sobre os benefícios desse sistema de produção de bioenergia que combina práticas agrícolas sustentáveis e tecnologias de ponta, contribuindo para a transição energética e desenvolvimento sustentável.
Fonte: Uagro – Universo Agro
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