Empresa aposta em sebo bovino e banha de porco para a produção de SAF e outros biocombustíveis
A JBS, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, está revolucionando a gestão de resíduos ao transformar sebo bovino e banha de porco em combustível sustentável para aviação. Anunciado nesta terça-feira, 23, a companhia está reaproveitando resíduos provenientes de suas operações na América do Norte e Austrália para a produção de Combustível Sustentável para Aviação (SAF) e outros combustíveis renováveis.
Nos últimos dois anos, a JBS já direcionou 1,2 milhão de toneladas desses resíduos para a fabricação de SAF, uma prática conhecida como “cowpower”. O Brasil, que ocupa a quinta posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres, exportou 100,5 mil toneladas de tais resíduos em 2023, conforme dados da Associação Brasileira de Reciclagem Animal (Abra).
Jason Weller, CSO global da JBS, destacou o compromisso da empresa com a gestão responsável de resíduos e a promoção da economia circular. “O setor de aviação enfrenta desafios significativos na descarbonização devido à sua dependência de combustíveis fósseis. Ao reaproveitar resíduos animais, estamos contribuindo para o meio ambiente e ajudando esse setor crucial a reduzir suas emissões de carbono”, afirmou Weller.
De acordo com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), as emissões de dióxido de carbono relacionadas à aviação cresceram, em média, 2,6% ao ano nos últimos 25 anos, com o setor representando cerca de 5% da sobrecarga global do clima. O SAF surge como uma alternativa ecológica ao combustível fóssil, com potencial para reduzir as emissões de carbono em até 70% e podendo ser misturado em até 50% com o querosene convencional usado em aeronaves comerciais.
No Brasil, o setor de reciclagem animal é regulamentado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e segue as diretrizes da Lei nº 1.283/1950 e do Decreto nº 9.013/2017. A Friboi está conduzindo pesquisas semelhantes para o uso de resíduos animais na fabricação de combustível de aviação, enquanto a Biopower, também parte do grupo JBS, avalia a produção de biocombustível para navios, como alternativa ao bunker oil.
A Biopower é uma das principais produtoras brasileiras de biodiesel a partir de resíduos orgânicos do processamento de bovinos. Com unidades em Mafra (SC), Lins (SP) e Campo Verde (MT), a empresa oferece um biodiesel que reduz em até 80% as emissões de gás carbônico em comparação ao diesel fóssil.
No ano passado, a JBS lançou um projeto para implementar o uso de biodiesel 100% (B100) em sua frota de caminhões. Um caminhão da montadora holandesa DAF já está utilizando o B100, demonstrando que o biocombustível oferece desempenho equivalente ao diesel convencional e reduz em até 80% as emissões de gás carbônico. Desde 1º de março de 2024, o biodiesel comercializado no país aumentou para 14% na mistura com o diesel.
O investimento da JBS em tecnologias sustentáveis demonstra uma significativa evolução na gestão de resíduos e no compromisso com a redução das emissões de carbono, refletindo uma tendência crescente na indústria global de biocombustíveis.
Fonte: Portal do Agronegócio
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