Valor vai para o fundo que leva seu nome e faz parte do compromisso de doar US$ 10 bilhões em 10 anos.
O Bezos Earth Fund, uma promessa multibilionária de Jeff Bezos, a terceira pessoa mais rica do mundo, está investindo US$ 34,5 milhões (R$ 181,32 milhões na cotação atual) para melhorar os relatórios sobre clima e alimentos, anunciou a organização ontem (21).
Com a nova doação ao fundo, o total destinado à instituição soma US$ 1,66 bilhão (R$ 8,72 bilhões). No início de 2020, Bezos prometeu gastar US$ 10 bilhões (R$ 52,6 bilhões) ao longo de uma década para combater o impacto das mudanças climáticas. Em um terço desse período de dez anos, a organização alcançou quase 17% de sua meta.
As doações recém-anunciadas ao Earth Fund incluem US$ 19,1 milhões (R$ 100,4 milhões) em financiamento para esforços de melhorias nos relatórios de impacto ambiental. O Carbon Disclosure Project, ou CDP, conhecido por suas classificações de impacto ambiental que vão de A a F, receberá US$ 9,9 milhões (R$ 52 milhões); (nota redação: como triplo A – clima, floresta, água -, a brasileira Klabin está entre as 13 companhias globais de 2022.
Para uma das medições, ainda constam na agroindústria a Danone, Ajinomoto, Barry Callebaut, InBev, Basf e Bayer).
O GHG Protocol, um padrão internacional para calcular e divulgar as emissões de gases de efeito estufa, receberá US$ 9,25 milhões (R$ 48,6 milhões). As doações do Earth Fund visam ajudar o CDP e o GHG Protocol a refinar seus modelos e aumentar a transparência dos dados de impacto climático. Procurado, um porta-voz do Earth Fund não informou quando as doações estarão disponíveis, dizendo que os termos variam de uma para outra.
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“A demanda global por contabilidade e divulgação de gases de efeito estufa está disparando”, disse Andrew Steer, presidente e CEO do Bezos Earth Fund, em comunicado à imprensa, enfatizando a necessidade de confiança nas iniciativas de responsabilidade climática.
A Amazon, que Bezos fundou e agora preside, historicamente se recusou a participar das pesquisas de classificação do CDP e, portanto, recebeu classificações “F” desde 2016. A Amazon enviou pesquisas do CDP em 2021 e 2022, mas seu relatório de 2021 não foi divulgado publicamente. (Todos os participantes iniciantes têm a opção de não divulgar sua pontuação, e seu envio de 2022 é marcado como “não pontuado” porque a empresa enviou sua resposta após o prazo, de acordo com as diretrizes do CDP.)
Mas a Amazon usa o GHG Protocol para calcular sua pegada de carbono e divulga as informações em seus próprios relatórios de sustentabilidade. No caso, o GHG Protocol leva em consideração as compras de energia renovável para compensar parte do consumo de eletricidade da Amazon. A empresa foi criticada por usar compensações para moldar seus relatórios gerais de pegada de carbono, em vez de reduzir suas emissões gerais de dióxido de carbono. Um porta-voz da Amazon informou à Forbes que a empresa pretende alimentar totalmente suas operações com 100% de energia renovável até 2025.
O porta-voz do Earth Fund disse que a Amazon e o Earth Fund são entidades separadas, acrescentando que o fundo está apoiando iniciativas que abordam a governança voluntária do mercado de carbono.
O que o fundo de Bezos vai doar à produção de alimentos?
O restante dos US$ 34,5 milhões em doações vai para que a produção de carne impacte menos o meio ambiente – o que o Earth Fund chama de comida “amiga do clima”. A Faculdade de Agricultura e Ciências da Vida, da Cornell University, receberá US$ 9,9 milhões (R$ 52 milhões) para um projeto chamado de “cerca virtual”. No caso de Cornell, cercas virtuais significam equipar o gado com dispositivos que os mantenha dentro de áreas de pastagem designadas, diminuindo a necessidade de derrubar floresta para o cultivo de alimento para o gado.
O Earth Fund também está concedendo US$ 5,5 milhões (R$ 28,9 milhões) ao Good Food Institute, que por sua vez financia pesquisas do que o mercado vem chamando de “carne” à base de plantas.
Após um anúncio inicial de doações de US$ 791 milhões (R$ 4,157 bilhões) em 2020, o ritmo de concessão de doações do Earth Fund diminuiu. Em 2021, a organização anunciou aproximadamente US$ 400 milhões (R$ 2,1 bilhões) em doações. Em 2022, o valor foi ainda menor, caindo para pouco menos de US$ 300 milhões (R$ 1,57 bilhão).
O ritmo de concessão de doações do Earth Fund não é necessariamente linear, e o trabalho da organização também inclui orientação para os beneficiários, disse o porta-voz do fundo, reafirmando que o Earth Fund alcançará seu compromisso de US$ 10 bilhões.
Outros caminhos do dinheiro
Jeff Bezos passou mais tempo fazendo doações e falando sobre sua filantropia desde que deixou o cargo de CEO da Amazon em 2021. A Forbes estima que ele já doou US$ 2,79 bilhões (R$ 14,66 bilhões) em vida, sem contar as doações mais recentes. Bezos doou US$ 690 milhões (R$ 3,63 bilhões) somente em 2022, para beneficiários do Earth Fund, bem como para a Bezos Academies, que oferece pré-escolas gratuitas para famílias de baixa renda; o Bezos Day 1 Families Fund, que ajuda famílias em situação de rua; e para os prêmios Courage & Civility, anunciados em 2021 para o chef Jose Andres e o ativista Van Jones, que escolheriam as instituições de caridade a serem contempladas.
Isso porque Bezos não tem sua própria fundação de caridade. Assim, o que faz é doar por meio de ações; em 2022, ele doou US$ 735 milhões (R$ 3,862 bilhões) em ações da Amazon para entidades de caridade não identificadas. Parte pode ter ido para fundos aconselhados por doadores, que são como uma conta bancária de caridade que mantém os ativos até que um doador queira distribuir alguns ou todos os fundos para um grupo sem fins lucrativos.
Doações anteriores do Bezos Earth Fund foram para grandes organizações climáticas, incluindo o World Resources Institute, que é parceiro do CDP, e o Environmental Defense Fund; um agrupamento de organizações de justiça climática; e grupos de restauração e preservação paisagística, entre outros. A notícia das doações do Earth Fund chega menos de um dia depois que a Amazon anunciou uma nova rodada de 9.000 demissões, após a rodada de janeiro, que foi de 18.000 demissões.
Fonte: Forbes Agro
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