Faltam
00 Dias
|
00 Horas
|
00 Minutos
|
00 Segundos
para o
21º Prêmio Visão Agro Brasil
quinta-feira, julho 10, 2025
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
  • NOTÍCIAS
  • DESTAQUES
  • NOSSOS EVENTOS
  • QUEM SOMOS
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
  • NOTÍCIAS
  • DESTAQUES
  • NOSSOS EVENTOS
  • QUEM SOMOS
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
Nenhum resultado
Ver todos os resultados

Na fronteira, cresce busca por gasolina ‘pirata’

Redação Visão Agro por Redação Visão Agro
24 junho, 2022
em Bioenergia, Economia, Política e Governo
Tempo de leitura: 5 minutos
A A
0
Home Bioenergia

Com o alto preço dos combustíveis no Brasil, aumentou na tríplice fronteira a busca por uma opção clandestina e perigosa. Milhares de litros de gasolina saem todos os dias da Colômbia e do Peru em transportes precários para serem vendidos livremente em cidades brasileiras como Benjamin Constant, Atalaia do Norte e Tabatinga, no extremo oeste do Amazonas. O produto estrangeiro, comercializado de forma improvisada em garrafas de refrigerante, chamadas ali de “cocão”, custa até R$ 3,39 mais barato do que o nacional e entra no País sem qualquer controle tributário ou de qualidade.

Se antes já era atrativo apelar ao fornecimento informal em razão da dificuldade de acesso a postos tradicionais, com os sucessivos reajustes no preço nas bombas os negócios do mercado paralelo ganharam impulso adicional. Valdeci Barbosa Nunes, de 53 anos, opera um dos pontos clandestinos na esquina da praça central de Atalaia do Norte. Hoje, chega a vender 100 litros por dia. Ele conta que está vendendo bem mais desde que o preço nacional começou a disparar. Somente neste ano, a Petrobras aprovou quatro aumentos.

“A (gasolina) brasileira está muito cara. Aqui só tem um que vende da brasileira. O resto é peruana mesmo e também colombiana”, disse o comerciante. Com a alta na procura nos últimos meses, ele afirma que o “cocão peruano” já é sua principal fonte de renda, complementada com uma pequena plantação de melancia no fundo do quintal de casa.

O abastecimento dos tanques de carros e motos do lado brasileiro da fronteira é feito com a ajuda de garrafas de refrigerante e um funil. Os dois litros de um “cocão peruano” valem de R$ 10 a R$ 12. Os do colombiano custam entre R$ 13 e R$ 15, o que deixa o preço do litro do combustível extraoficial oscilando entre R$ 5 e R$ 7,50 o litro. A variação depende da distância entre o porto e o ponto de venda. Também há diferença de preços conforme o volume de combustível na garrafa. Custa um pouco menos o cocão que não é entregue cheio até o limite da garrafa.

Já nas bombas oficiais de gasolina em Benjamin Constant, o preço cobrado é de R$ 8,39 o litro, o que faz a versão do combustível nacional, quando vendido em pontos informais em recipientes tipo PET, alcançar os R$ 18 a unidade de dois litros.

ROTINA

A modalidade de abastecimento improvisado faz parte da rotina dos municípios da fronteira há anos porque poupa o deslocamento até os postos. Com a alta descontrolada do preço da gasolina do Brasil, moradores e comerciantes contam que a opção se consolidou como a preferida e a demanda cresceu. Dos cerca de 40 pontos de venda em Atalaia do Norte, só um insiste em vender o “cocão brasileiro”.

Os vendedores dizem que o negócio com combustível contrabandeado dos países vizinhos compensa e eles não são alcançados por fiscalizações. Parte do material clandestino vem em balsas com os demais produtos que abastecem o comércio das cidades da fronteira. Nada tem nota fiscal ou controle alfandegário. A movimentação dos portos de Tabatinga e Benjamin Constant, segundo investigadores federais, é crucial para a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas na região. Também por lá saem os peixes raros retirados ilegalmente do Vale do Javari, na Amazônia, região onde foram assassinados o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips.

ATIVIDADE DE RISCO

O produto inflamável fica armazenado dentro das casas em recipientes de plástico. Crianças e adolescentes manuseiam o combustível e trabalham na venda direta aos motoristas. No contexto de extrema pobreza da fronteira, a gasolina ilegal surge como fonte de renda para pessoas muito simples e, ainda, permite que o crime organizado conquiste o respaldo das comunidades locais e dê aparência de ilegalidade a negócios escusos.

A reportagem flagrou a chegada de um distribuidor de gasolina peruana em Atalaia do Norte. A distribuição ocorre sempre pela manhã. O homem, que não quis dar declarações, transporta galões repletos de combustível em uma pequena carroceria, sem nenhuma proteção, e os entrega em casas e em bancas de madeira montadas nas ruas. O distribuidor compra cada litro a cerca de R$ 5 e revende para as bancas na cidade por R$ 6,25. Ao consumidor final, o preço fica por até R$ 7,50.

Em 12 de abril, a prefeitura local publicou um aviso geral à população. Disse que a partir daquela data a fiscalização estaria na rua. “As forças de segurança aumentarão o rigor na fiscalização sobre venda ilegal de combustível nas ruas de Tabatinga. A medida será adotada em razão da constatação de uso de mão de obra em condição análoga à de escravidão e exploração de crianças e adolescentes na venda de forma irregular e sem as devidas precauções de segurança”.

O alerta não mudou muito a rotina clandestina na cidade. Cruzar a fronteira para a Colômbia a partir de Tabatinga é tarefa fácil. Uma rua une as duas cidades. Há um posto formal que separa os dois países, mas é possível usar ruas vicinais para chegar a Letícia, do lado colombiano, e comprar a gasolina pagando com a moeda brasileira.

Em Atalaia do Norte, Valdeci Nunes diz também não é importunado. “A Polícia Federal já veio aqui porque essa gasolina peruana é proibida de vender assim. Mas foi há muito tempo atrás, na época que tinha um delegado valente lá em Tabatinga.”

LOTAÇÕES

Nos municípios da fronteira com a Colômbia e o Peru, as motos são os principais meios de transporte, sejam particulares ou de moto taxistas. Os deslocamentos de uma cidade a outra, de Atalaia a Benjamin, são feitos de táxis que só partem quando alcançam a lotação. Uma distância de 30 quilômetros pela esburacada estrada Pedro Teixeira separa as duas cidades.

Juliano Galate Júnior, de 30 anos, é um dos motoristas que faz o trajeto. No carro modelo Renault Kwid, ele também abre mão do combustível nacional por causa do preço. “Com a peruana o carro fica mais fraco. Eu coloco sempre a colombiana, porque é mais barata que a brasileira e melhor que a peruana”, contou.

Galate Júnior vive a 2,7 mil km de Brasília, de onde o presidente Jair Bolsonaro declarou guerra a Petrobras por conta da alta dos preços dos combustíveis. Nos últimos dias, o presidente passou a falar em CPI para investigar a estatal, enquanto planeja alterar a legislação para conseguir interferir na definição dos preços.

Lá em Benjamin Constant, Galate Júnior prefere ignorar a disputa política e, mesmo sabendo que a gasolina contrabandeada do estrangeiro pode não fazer bem ao motor do seu Kwid. “A diferença é que a (gasolina) brasileira é mais forte.” Ele, porém, prefere não pagar mais caro por isso.

Fonte: ESTADÃO

SendTweetCompartilhar
Artigo anteiror

Segurança alimentar: melhor solução para mundo são abertura de mercado, diz Jank

Próximo post

Cana: Bureau Veritas valida primeiro programa de emissão de títulos verdes para produtores do setor

Redação Visão Agro

Redação Visão Agro

Notícias Relacionadas

Com usina de R$ 1 bi, produtores de MT elevam demanda local por milho
Usinas

Com usina de R$ 1 bi, produtores de MT elevam demanda local por milho

por Redação Visão Agro
10 julho, 2025

Investimento já começou a ser feito e é bancado em boa parte com recursos dos próprios agricultores Primeiras instalações da...

Ler maisDetails
Sem novos projetos, país pode ter déficit na oferta de biodiesel
Biocombustíveis

Sem novos projetos, país pode ter déficit na oferta de biodiesel

por Redação Visão Agro
10 julho, 2025

Estudo indica que, sem novos projetos de ampliação da capacidade industrial, setor terá demanda maior que oferta em 2030 O...

Ler maisDetails
Usinas investem 180 milhões de reais na prevenção e combate a incêndios em Goiás
Usinas

Usinas investem 180 milhões de reais na prevenção e combate a incêndios em Goiás

por Redação Visão Agro
9 julho, 2025

Foto: divulgação RPA News Com o inverno, com dias secos e com ventos fortes dominando no Cerrado goiano, faz-se necessário...

Ler maisDetails
Com investimentos de R$ 105 milhões, usina Laguna inicia produção de açúcar em MS
Usinas

Com investimentos de R$ 105 milhões, usina Laguna inicia produção de açúcar em MS

por Redação Visão Agro
9 julho, 2025

Nova fábrica de açúcar tem capacidade para processar até 120 mil toneladas por ano Usina Laguna, no município de Batayporã,...

Ler maisDetails
Brasil terá que investir para atender B20 em 2030
Biocombustíveis

Brasil terá que investir para atender B20 em 2030

por Redação Visão Agro
9 julho, 2025

Consultoria Bain alerta que país corre o risco de viver um déficit de oferta se não surgirem novos projetos de...

Ler maisDetails
ETANOL: Indicadores seguem em queda
Biocombustíveis

Venda de etanol hidratado em São Paulo cai 40% e atinge menor volume da safra 2025/26

por Redação Visão Agro
9 julho, 2025

Menor volume da safra 2025/26 De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a comercialização...

Ler maisDetails
Com apoio do Governo de SP, Presidente Prudente inicia obra de R$12 milhões para distribuição de gás biometano
Biogás

Com apoio do Governo de SP, Presidente Prudente inicia obra de R$12 milhões para distribuição de gás biometano

por Redação Visão Agro
9 julho, 2025

Cidade será a primeira no Brasil a utilizar fonte para abastecimento em área urbana. Expansão do setor pode reduzir em...

Ler maisDetails
Usinas de destaque do setor bioenergético participam da 14ª edição do Prêmio Visão Agro Centro-Sul
Prêmio Visão Agro

Usinas de destaque do setor bioenergético participam da 14ª edição do Prêmio Visão Agro Centro-Sul

por Fabio Palaveri
8 julho, 2025

A contagem regressiva segue intensa para a 14ª edição do Prêmio Visão Agro Centro-Sul, que será realizada no dia 15...

Ler maisDetails
Exportação de etanol dos EUA aumenta 7% em maio ante abril, para 699,1 milhões de litros
Biocombustíveis

Exportação de etanol dos EUA aumenta 7% em maio ante abril, para 699,1 milhões de litros

por Redação Visão Agro
8 julho, 2025

Os Estados Unidos exportaram 184,7 milhões de galões (699,1 milhões de litros) de etanol em maio, aumento de 7% ante...

Ler maisDetails
São Paulo amplia produção de biogás com resíduos da cana-de-açúcar
Biogás

São Paulo amplia produção de biogás com resíduos da cana-de-açúcar

por Redação Visão Agro
8 julho, 2025

Presidente Prudente inicia obra de R$12 milhões para distribuição de gás biometano A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado...

Ler maisDetails
Carregar mais
Próximo post

Cana: Bureau Veritas valida primeiro programa de emissão de títulos verdes para produtores do setor

LinkedIn Instagram Twitter Youtube Facebook

CONTATO
(16) 3945-5934
atendimento@visaoagro.com.br
jornalismo@visaoagro.com.br
comercial@visaoagro.com.br

VEJA TAMBÉM

  • Prêmio Visão Agro
  • Vision Tech Summit 
  • AR Empreendimentos

Todos os direitos reservados 2024 © A R EMPREENDIMENTOS COMUNICAÇÃO E EVENTOS LTDA – CNPJ: 05.871.190/0001-36

Inovação, tecnologia e transformação digital no Agronegócio.
Prepare-se para o maior evento tech-agro do ano!

Saiba mais no site oficial

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Bioenergia
    • Biocombustíveis
    • Biogás
    • Biomassa
    • Energia renovável
    • Usinas
  • Mundo Agro
    • Cooperativismo
    • Sustentabilidade
    • Tecnologia
  • Mercado
    • Clima
    • Economia
    • Geopolítica
    • Internacional
    • Negócios
    • Política e Governo
    • Transporte
  • Culturas
    • Algodão
    • Café
    • Cana de Açúcar
    • Fruticultura
    • Grãos
    • Milho
    • Pecuária
    • Soja
    • Trigo
  • Insumos agrícolas
    • Adubos e fertilizantes
    • Biológicos e Bioinsumos
    • Defensivos Agrícolas
    • Implementos Agrícolas
    • Irrigação
    • Máquinas agrícolas
  • Eventos Visão Agro
    • Vision Tech Summit – Indústria do Amanhã
    • Prêmio Visão Agro Brasil
    • Vision Tech Summit – Agro
    • Prêmio Visão Agro Centro – Sul
  • Em destaque
  • Leia mais

Todos os direitos reservados 2024 © A R EMPREENDIMENTOS COMUNICAÇÃO E EVENTOS LTDA – CNPJ: 05.871.190/0001-36