Cinco indicadores econômico-operacionais comparam os resultados das sucroenergéticas no período
Na primeira quinzena de agosto, várias sucroenergéticas divulgaram resultados referentes ao primeiro trimestre da safra 2022/23. Entre elas estão as três companhias do setor com ações negociadas em bolsa de valores: Raízen, São Martinho e Jalles Machado.
Embora estas empresas tenham portes diferentes, seus resultados podem ser comparados por meio de indicadores. Para calcular estes valores, o NovaCana usou dados fornecidos pelas empresas à Comissão de Valores Imobiliários (CVM) por meio do Formulário de Informações Trimestrais (ITR).
Os números foram detalhados na newsletter NC+, enviada com exclusividade para os assinantes NovaCana.
De maneira geral, após resultados recordes em 2021/22, as sucroenergéticas brasileiras estão mais cautelosas nas estratégias adotadas para 2022/23. E não é para menos: a Raízen registrou uma queda anual de 15,7% na moagem, saindo de 31,23 milhões de toneladas para 26,34 milhões; já a São Martinho viu uma retração de 10,5%, para 7,81 milhões; enquanto isso, a Jalles Machado foi a única desta amostra a apresentar crescimento, de 6,9%, para 2,26 milhões de toneladas.
No aspecto financeiro, a Jalles Machado ampliou seu lucro líquido em uma porcentagem inferior à moagem, 3,8%, totalizando R$ 120,04 milhões. Já a São Martinho conseguiu aproveitar o bom momento dos preços do etanol e lucrou R$ 221,58 milhões, alta de 16,6%. Em contrapartida, a Raízen Energia teve um prejuízo líquido de R$ 298,46 milhões – um ano antes, a companhia havia lucrado R$ 428,26 milhões.
Com isso, a relação entre o resultado líquido e a moagem de cana-de-açúcar – que demonstra o quanto as empresas lucraram em comparação com a quantidade de matéria-prima colhida – traz um crescimento anual apenas para a São Martinho, que saiu de R$ 21,79/t no primeiro trimestre de 2021/22 para R$ 28,37/t no mesmo período de 2022/23.
Mas o destaque segue sendo da Jalles Machado, que contabilizou um ganho de R$ 53,21/t, ante R$ 54,82/t no mesmo período da safra passada.
Por sua vez, o prejuízo líquido da Raízen Energia equivale a R$ 11,33/t. Este valor, aliás, difere do resultado do grupo, que inclui o segmento de distribuição, o desempenho de lojas de conveniência e operações na Argentina e no Paraguai.
Renata Bossle
Fonte: NovaCana