Talvez a primeira palavra que venha a mente para responder à pergunta deste artigo seja planejamento. Segundo o dicionário Houaiss, “planejamento é a determinação de um conjunto de procedimentos e ações, visando à realização de determinado projeto”.
Uma lista de compras pode ser considerada um exemplo simples de planejamento, e sabemos bem a diferença que faz no tempo que passamos dentro do supermercado. Construir um plano de execução, no entanto, é muito mais complexo do que uma lista de atividades a serem ticadas, requer experiência e expertise. Ter um planejamento ruim é como um mapa mal traçado que não indica corretamente o trajeto nem adverte sobre os perigos no caminho. E pior do que isso, pode nos dar a falsa sensação de ter as coisas sob controle.
Um bom plano deve considerar não apenas as etapas e os recursos necessários que o seu time utilizará para sua execução, mas também é fundamental ter um olhar sobre seus fornecedores, determinando indicadores para acompanhamento e monitorando sinais do mercado que possam impactar nas entregas dos produtos e serviços contratados. Na mesma linha de raciocínio, quanto menor for o controle direto que temos sobre determinada etapa da execução, maior é a necessidade de incluir ações de correção de rota.
No Agro, se há algo que não podemos controlar e que interfere muito em nossas atividades é o clima. Temos bons mecanismos de previsão e conhecemos bem o seu comportamento de forma geral, mas controlar se vai chover ou fazer sol é bem diferente. Além da óbvia garantia da germinação, desenvolvimento da planta e maturação na colheita, o dimensionamento de máquinas e equipamentos também sofrem ação direta do clima impactando nas horas trabalhadas e consequente aproveitamento das operações. Não considerar uma certa margem operacional para recuperar o tempo perdido pode significar a frustração de um projeto.
É preciso monitorar e tomar decisões rápidas ao menor sinal de desvio, e a tecnologia no campo tem sido nossa aliada. As AgTechs têm revolucionado a operação com sistemas preditivos de acompanhamento e controle, o monitoramento on-line e real time da operação é hoje uma realidade que até pouco tempo não imaginávamos possível. No entanto, ainda vejo com certa frequência empresas cometendo o erro de esquecer o capital humano. De nada adianta investir milhões em equipamentos e sistemas de controle se ficarmos relutantes no investimento de pessoas que sejam competentes para utilizá-los, convertendo as informações em ações.
GESTÃO, portanto, é a palavra-chave aqui. Essencial para o sucesso de um projeto, para o monitoramento adequado dos processos e agilidade nas decisões.
RODRIGO AMOROSO