A Raízen, maior produtora de açúcar e etanol do Brasil, investe neste ano R$ 164,91 milhões em sua campanha de conscientização, prevenção e combate a incêndios em canaviais ante os R$ 153 milhões do ano passado. Com o slogan “Quem ama a terra não chama o fogo”, a empresa que tem 99% da colheita mecanizada focou os investimentos em tecnologia, equipamentos e pessoal.
Em live realizada nesta terça-feira (16/7), o gerente de inovações e geotecnologia agrícola da empresa, Hamilton Jordão, detalhou um novo sistema baseado em inteligência artificial (IA) que está sendo usado para um combate mais eficiente ao fogo que, no ano passado, queimou 1,54 milhão de toneladas de cana das áreas da Raízen.
O projeto Hélios, ferramenta desenvolvida pela empresa que usa algoritmos de IA, ajuda a predizer onde há maior potencial para a ocorrência de focos de incêndio e também aponta como posicionar melhor as equipes brigadistas e os veículos de intervenção rápida (VIR) para o combate às chamas.
“Antes, a gente posicionava as equipes em pontos altos para visualização mais rápida. Agora, com o projeto Hélios identificamos o melhor local e conseguimos uma redução de 28% no tempo médio de deslocamento para combate aos incêndios em relação ao ano anterior ”, diz.
Segundo o gerente, 1.520 hectares de cana deixaram de ser queimados devido ao uso do projeto nas áreas-piloto. A ferramenta se baseia em dados climáticos, informações agronômicas do estágio da cana, informações históricas sobre incêndios na região, imagens de satélite e dinâmica urbana da região.
A automatização e renovação de 20% dos carros-pipa, que contam com canhões de espuma na parte superior acionados sem a presença de um funcionário, também foi um grande avanço no combate ao fogo, segundo Fábio Melo, gerente de operações agrícolas, porque permite aos veículos chegarem mais perto dos focos de incêndio sem expor o funcionário.
A Raízen tem atualmente 354 veículos de brigada para monitorar 1 milhão de hectares de cana e 829 brigadistas treinados para o combate ao fogo. A empresa faz monitoramento por satélites e câmeras, e tem ainda o apoio dos prestadores de serviço de pulverização como brigada aérea para grandes incêndios ou atuação em áreas de difícil acesso.
Segundo a meteorologista da Climatempo Dayane Figueiredo, junho foi o 13º mês consecutivo de temperatura global acima da média e, na região Centro-Sul do Brasil, onde se planta a maior área de cana do país, os meses de julho e agosto tendem a ser muito secos, com altas temperaturas, o que favorece o aumento de incêndios. Além disso, a previsão indica que as chuvas de setembro devem atrasar.
Por: Eliane Silva Fonte: Globo Rural
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