Entre os dias 6 e 18 deste mês, em Sharm el-Sheikh no Egito, ocorre a Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC) no original em inglês.
Trata-se de uma reunião entre os países signatários do tratado internacional formalizado em 1992, no Rio de Janeiro, durante a Convenção que ficou conhecida como a “Cúpula da Terra”, onde esses países assumiram o compromisso de buscar medidas de controle e redução dos Gases de Efeito Estufa (GEE).
Não houve de início, o estabelecimento de um volume específico de redução, mas determinaram que periodicamente os países se reuniriam para revisar e atualizar o tratado através de protocolos que detalhariam esse acordo. No ambiente de negócios, o Conselho de Administração de uma empresa se reúne para discutir metas e deliberar sobre diversos assuntos. Quando falamos de uma convenção internacional, o órgão supremo é a Conferência das Partes (Conference of the Parties – COP) e é composto por representantes dos Estados membros e observadores credenciados. Esse ano ocorre a 27ª reunião dessa convenção.
Ao longo desses anos nas COPs anteriores, vários Protocolos vêm tentando dar forma a esse anseio, com destaque para dois mais famosos: “O Protocolo de Quioto” e o “Acordo de Paris”. Uma vez que as emissões de GEE estão diretamente relacionadas a atividade econômica de um país, é de se esperar que estabelecer normas, procedimentos e metas para redução desses gases não seja algo simples. Os países mais pobres, que tiveram menores emissões e contribuição para o aquecimento global, pedem ajuda econômica para os países mais ricos. Ao mesmo tempo, necessitam que esses mesmos países façam investimentos gigantescos para alterar a sua matriz energética e os seus mecanismos de produção para formas que emitam menos carbono.
Uma economia de baixo carbono, é mandatória de sistemas de produção mais eficientes do ponto de vista do balanço de emissões, e apesar de todas as dificuldades o Brasil tem o potencial para se destacar nessa nova dinâmica mundial de diversas formas.
A nossa matriz energética é considerada uma das mais limpas, além do etanol que é um combustível renovável e negativo em emissões, temos muitas áreas potenciais para energia solar e eólica. Nossas florestas, comumente fonte dos debates mais acalorados sobre o tema, é extensa, e sua regeneração para comercializar créditos de carbono não implicará em redução das áreas de produção, já que estão inseridas em áreas de pasto degradado com baixa produtividade e investimentos para elevar a produção compensam e até superam essa redução de área.
Estamos na reta final da COP27, e a expectativa é que ela seja a COP da “implementação”. O grande desafio está em estabelecer um plano objetivo e palpável sobre a melhor maneira de alcançarmos e implantarmos essas metas, de forma que agreguem os diferentes interesses, necessidades e demandas sem, contudo, perder de vista o nosso foco principal: agir de forma rápida e contundente na estabilização do clima e proteção do nosso Planeta.
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