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Tarifa do açúcar orgânico pode chegar a 100% e será difícil manter operação, diz executivo

Redação Visão Agro por Redação Visão Agro
31 julho, 2025
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Tempo de leitura: 8 minutos
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Fim da cota especial já elevou taxação sobre o açúcar orgânico exportado para os EUA para 50%, e tarifa pode dobrar na sexta-feira, 1º

Vice-presidente da Native, do grupo Balbo, um dos maiores produtores e exportadores de açúcar orgânico do mundo, Leontino Balbo Jr. diz que o tarifaço de Trump será “drástico” para companhia, que vende quase a metade da produção para os Estados Unidos.

A alíquota de 50% imposta a todos os produtos brasileiros exportados para o mercado americano, a partir de 1º de agosto, na prática, poderá ser o dobro para a empresa.

Isso porque o governo americano eliminou recentemente a cota especial sobre o açúcar orgânico. O resultado foi que a alíquota média paga pela companhia, que era de 36%, hoje está em 50% e poderá chegar a 100% com o tarifaço.

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Por ora, o empresário conta que os embarques aumentaram, pois seus clientes americanos estão com estoques baixos de açúcar orgânico. A usina São Francisco, que fica em Sertãozinho, no interior do Estado de São Paulo, hoje está a todo vapor, ao contrário de outros setores, que paralisaram as atividades.

Apesar do cenário incerto, o empresário está otimista. Ele acredita que a alíquota de 50% será negociada. “Se a taxa de 50% sobre os 50% existentes persistir, aí vai ser muito difícil a gente continuar nessa atividade”, afirma.

Sem as exportações para os EUA, os custos fixos de outros produtos orgânicos vendidos pela empresa no mercado doméstico sobem. “Não podemos chegar à prateleira do supermercado no Brasil e aumentar o preço em 50%”, afirma.

No ano passado, a Native faturou R$ 530 milhões e o grupo Balbo, R$ 2 bilhões. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Qual é o impacto do tarifaço de Trump nos negócios da Native?

O impacto é drástico. Há 25 anos começamos conversas com os nossos clientes nos Estados Unidos sobre buscar uma alternativa junto aos órgãos regulatórios americanos, mais especificamente o USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que regula as tarifas de produtos agrícolas. O objetivo era ter uma alternativa para pagar menos imposto e colocar o açúcar orgânico lá, visto que não existia produção de açúcar orgânico naquele país. As indústrias procuraram o governo, que concordou em criar uma cota por meio da qual seria possível colocar uma certa quantidade de açúcar orgânico sem pagar imposto. Essa cota começou com 40 mil toneladas, subiu para 80 mil. Até pouco tempo, ela era de 240 mil toneladas. Os produtores de açúcar orgânico do mundo todo poderiam concorrer a essa cota. Por causa dessa cota, 25% do que a Native exportava para os Estados Unidos não pagava imposto. E os outros 75% pagavam imposto de US$ 357 por tonelada, que corresponde a 50% do preço do produto FOB (Free on Board). Quando se combinava o benefício da cota especial com o imposto, a tarifa média era de 36%. Ocorre que o governo americano eliminou a cota especial. Então, estamos pagando a tarifa plena de 50% sobre o preço FOB Brasil. Mas, a partir de 1º de agosto, mais outros 50%. Então, nós vamos para 100%.

Qual é a importância dos EUA para as vendas de açúcar orgânico da empresa?

Temos uma dependência muito grande dos Estados Unidos. De janeiro a dezembro de 2024, mandamos para os Estados Unidos 44 mil toneladas de açúcar orgânico. Isso corresponde a 44% de todas as nossas vendas de açúcar orgânico para o mundo. É difícil vender o orgânico porque o consumo dele é totalmente pulverizado pelo mundo. O açúcar orgânico da Native é produzido na usina São Francisco, em Sertãozinho (SP). Ela é uma usina menor, que foi preparada para produzir organicamente com padrões de qualidade muito rigorosos. Se a gente voltar nessa usina a fazer açúcar convencional, é como entregar um pedido do iFood de Rolls Royce.

Quanto foi investido nessa usina?

A São Francisco recebeu ao longo de três décadas um investimento de US$ 100 milhões para produzir cana orgânica no campo e poder processar industrialmente açúcar orgânico. Tivemos que criar novas especificações.

No dia a dia da empresa, o que mudou desde que foi sinalizado o tarifaço e o que pode mudar se ele realmente entrar em vigor?

Muita coisa pode acontecer. Em primeiro lugar, nós dependemos muito dos Estados Unidos e, no curto prazo, não tem alternativa. Em segundo lugar, ouvimos análises minimizando a situação, que iria ficar mais produto no Brasil e, por isso, o preço iria baixar. Como não tem mais mercado (para o açúcar orgânico) no Brasil, a primeira coisa que vai acontecer é que o nosso custo fixo vai subir 30%, 40%. E nós não podemos baixar o preço. Vai ser o contrário: eu teria que aumentar o preço, porque temos uma equipe de certificação para poder vender no mundo inteiro. Não tem como eu diminuir pessoas na certificação. Voltar a fazer açúcar convencional? Essa usina está configurada para atender o mercado de orgânicos e toda a infraestrutura, a cadeia de valor, está voltada para isso. É um produto de maior valor agregado e que tem principalmente um custo de produção industrial maior. Então, nós não temos alternativa no curto prazo.

Não daria para direcionar o açúcar excedente para o mercado interno porque não tem mercado e para outros mercados também, seria isso?

Não, não tem alternativa. Quando olhamos para a Europa, a Colômbia fez um acordo bilateral de comércio e não paga imposto para vender açúcar orgânico. Ela acabou com o nosso mercado lá.

No atual cenário, quais são as alternativas? Vão parar de produzir, reduzir a produção, vão demitir? Como ajustar a produção com essa tarifa de 100%?

A primeira coisa que a gente fez foi traçar um cenário para curto, médio e longo prazo. Fomos investigar junto aos distribuidores como estão os estoques deles dos nossos produtos e os estoques dos nossos concorrentes. Descobrimos os estoques de açúcar orgânico nos EUA estão baixíssimos, em um momento em que a indústria está demandando muito açúcar orgânico, ela está em franco crescimento. Então, nos próximos quatro meses, sabemos que os clientes vão ter de pagar essa tarifa, porque senão vão ter de parar as fábricas, o que é muito pior. Para um cenário de três a cinco meses não esperamos mudanças. Tem outro lado: o nosso produto não tem substituto. Outros países produtores, Colômbia, Argentina, Paraguai, não têm capacidade para atender a demanda.

E no longo prazo?

Um cenário a mais longo prazo é um pouco prematuro traçar. Com base em tudo que a gente viu nas últimas semanas e meses, o governo americano pondo taxa de 50%, 100%, 150% e depois virando taxas de 25%, 15%. Achamos que isso vai ser negociado.

Mas, e se a taxa de 50% for aplicada?

Se a taxa de 50% sobre os 50% existentes persistir, vai ser muito difícil a gente continuar nessa atividade. Sem o mercado americano, o nosso custo fixo sobe. Não podemos chegar à prateleira do supermercado no Brasil e aumentar o preço em 50%. Esse açúcar orgânico que vendemos para os Estados Unidos nos ajuda a trazer uma margem de contribuição para diluir os custos fixos de todos os outros produtos orgânicos da Native. No varejo, temos dez produtos diferentes, entre café, linha de frutas, de sucos, entre outros.

Do ponto de vista prático, hoje vocês continuam produzindo?

A produção está a todo vapor. Diferentemente do que está acontecendo com peixe e algumas frutas, os nossos clientes estão importando o máximo que podem, mesmo com a ameaça da tarifa, porque eles estão com os estoques baixos.

Mudou alguma coisa no comportamento dos clientes?

Independente de tudo que possa ter acontecido no passado, nunca deixamos os clientes na mão. Agora, eles estão preocupados porque estão vendo um risco. Já estão falando em buscar outras fontes de açúcar orgânico, em outros países da América do Sul, ou mesmo na Índia, que produz um pouquinho, mas eles ainda não compram. Tenho dois grandes distribuidores nos Estados Unidos e os dois já estão comprando um pouco de outros países. Eles falam que vão continuar comprando 80% da gente, mas vão comprar 20% de outros para iniciar um relacionamento comercial. Dizem que é um plano B.

Você está otimista ou pessimista em relação às negociações?

Otimista. Acho que vai ser difícil, vão ter momentos que vamos achar que não vai sair, mas tem de sair. Ninguém tem interesse – nem eles, nem nós, nem ninguém no mundo inteiro – em diminuir o fluxo de comércio internacional. Acho que vão ter algumas mudanças. Domingo foi fechado o acordo dos Estados Unidos com a Europa. O mundo funciona por meio de vasos comunicantes. Os americanos precisam de café todo dia, eles adoram café, todo mundo toma café naquele país. Você não vai pôr uma tarifa de 50% no café e ela vai ficar lá? Vai ter um ajuste.

Você acha que vai demorar para chegar a esse meio termo ou não?

Acho que no Brasil, como não é só a questão comercial que está em jogo, pode demorar mais. E eu acho que vai depender também de quem assumir o protagonismo (na negociação): o corpo diplomático, juntamente com o vice-presidente (Geraldo Alckmin), que estão cuidando do assunto. E os demais têm de se afastar. Deixa o corpo diplomático cuidar, são pessoas treinadas para isso. São essas pessoas que têm de atuar nessa negociação. Às vezes as coisas estão avançando, mas uma frase mal elaborada ou uma reação emocional põe tudo a perder de novo. Porque, do lado de lá, é emoção pura.

Por: Márcia De Chiara | Fonte: Estado de São Paulo

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