Os preços dos etanóis recuaram em São Paulo em maio. A pressão veio de diversos fatores, como demanda enfraquecida, progresso da moagem — favorecida pelo clima seco na maior parte da região Centro-Sul — e, sobretudo, de incertezas relacionadas à questão tributária dos combustíveis.
Com isso, agentes do mercado atuaram de maneira cautelosa no momento da tomada de decisão (compra ou venda). Considerando-se as semanas cheias de maio, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado foi de R$ 3,3185/litro, recuo de 9,84% na comparação com a do mês anterior.
O Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro (somente o mercado spot) fechou a R$ 3,8708/litro, valor 5,34% inferior à média de abril. Quanto à liquidez, o ritmo de negócios esteve lento em maio, com transações de lotes reduzidos a pequenos tamanhos.
Entre os dias 23 e 27, o volume de etanol hidratado negociado e captado pelo Cepea foi o menor desde a semana encerrada em 21 de janeiro deste ano e também o mais baixo da atual safra 22/23. Mesmo com a paridade entre os preços dos combustíveis próxima ou até mesmo abaixo dos 70% no mercado paulista e em outras regiões do País, como Mato Grosso e Goiás, a situação político-econômica do Brasil também tem resultado em menor volume demandado pelos consumidores em geral.
Transportes público coletivos (metrôs e ônibus) e alternativos, como motos, têm ganhado a preferência das pessoas por serem de menor custo. Além disso, no dia 25 de maio, foi votado um projeto de lei que altera a dinâmica do mercado de etanol, limitando a alíquota de ICMS dos combustíveis (gasolina e etanol) para 17%, incluindo também energia elétrica, telecomunicações e transportes coletivos.
Segundo alguns agentes do mercado, tal decisão poderia inclusive diminuir ligeiramente a competitividade do etanol frente à gasolina. Entre os dias 1º e 31 de maio, a relação média entre os preços do etanol hidratado e da gasolina C nas bombas paulistas chegou a 72,1%, contra 73,8% em abril, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). As médias foram de R$ 6,926/litro para o combustível fóssil e de R$ 4,991/litro para o etanol — levantamento mensal.
Nordeste
Com estoques de etanol baixíssimos, as unidades produtoras dos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba entraram no mercado em maio com preços mais altos. Assim, os Indicadores mensais CEPEA/ESALQ do etanol se valorizaram. Muitas das unidades que já comercializaram todo o biocombustível trabalharam apenas com volumes para complementos de vendas passadas. Com isso, não houve disponibilidade de etanol para novas vendas no mercado spot em maio.
Em Pernambuco, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado fechou a R$ 3,8282/litro em maio, alta de 6,33% frente ao de abril. Para o anidro, não foram registrados negócios durante o mês, o que impossibilitou o cálculo de uma média. Em Alagoas, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado fechou a R$ 3,7970/litro, alta de 9,09% no comparativo mensal.
Para o anidro, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ fechou a R$ 4,0537/litro, valorização de 2,85%. Na Paraíba, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado subiu 4,72% frente a abril, fechando a R$ 3,7178/litro em maio. Para o Indicador mensal do anidro, a média foi de R$ 4,0670/litro, alta de 3,25% frente ao mês anterior.
Fonte: Cepea/Esalq