Faltam
00 Dias
|
00 Horas
|
00 Minutos
|
00 Segundos
para o
21º Prêmio Visão Agro Brasil
quarta-feira, setembro 3, 2025
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
  • NOTÍCIAS
  • DESTAQUES
  • NOSSOS EVENTOS
  • QUEM SOMOS
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
  • NOTÍCIAS
  • DESTAQUES
  • NOSSOS EVENTOS
  • QUEM SOMOS
Visão Agro - A melhor Visão do Agronégócio
Nenhum resultado
Ver todos os resultados

Na fronteira, cresce busca por gasolina ‘pirata’

Redação Visão Agro por Redação Visão Agro
24 junho, 2022
em Bioenergia, Economia, Política e Governo
Tempo de leitura: 5 minutos
A A
0
Home Bioenergia

Com o alto preço dos combustíveis no Brasil, aumentou na tríplice fronteira a busca por uma opção clandestina e perigosa. Milhares de litros de gasolina saem todos os dias da Colômbia e do Peru em transportes precários para serem vendidos livremente em cidades brasileiras como Benjamin Constant, Atalaia do Norte e Tabatinga, no extremo oeste do Amazonas. O produto estrangeiro, comercializado de forma improvisada em garrafas de refrigerante, chamadas ali de “cocão”, custa até R$ 3,39 mais barato do que o nacional e entra no País sem qualquer controle tributário ou de qualidade.

Se antes já era atrativo apelar ao fornecimento informal em razão da dificuldade de acesso a postos tradicionais, com os sucessivos reajustes no preço nas bombas os negócios do mercado paralelo ganharam impulso adicional. Valdeci Barbosa Nunes, de 53 anos, opera um dos pontos clandestinos na esquina da praça central de Atalaia do Norte. Hoje, chega a vender 100 litros por dia. Ele conta que está vendendo bem mais desde que o preço nacional começou a disparar. Somente neste ano, a Petrobras aprovou quatro aumentos.

“A (gasolina) brasileira está muito cara. Aqui só tem um que vende da brasileira. O resto é peruana mesmo e também colombiana”, disse o comerciante. Com a alta na procura nos últimos meses, ele afirma que o “cocão peruano” já é sua principal fonte de renda, complementada com uma pequena plantação de melancia no fundo do quintal de casa.

O abastecimento dos tanques de carros e motos do lado brasileiro da fronteira é feito com a ajuda de garrafas de refrigerante e um funil. Os dois litros de um “cocão peruano” valem de R$ 10 a R$ 12. Os do colombiano custam entre R$ 13 e R$ 15, o que deixa o preço do litro do combustível extraoficial oscilando entre R$ 5 e R$ 7,50 o litro. A variação depende da distância entre o porto e o ponto de venda. Também há diferença de preços conforme o volume de combustível na garrafa. Custa um pouco menos o cocão que não é entregue cheio até o limite da garrafa.

Já nas bombas oficiais de gasolina em Benjamin Constant, o preço cobrado é de R$ 8,39 o litro, o que faz a versão do combustível nacional, quando vendido em pontos informais em recipientes tipo PET, alcançar os R$ 18 a unidade de dois litros.

ROTINA

A modalidade de abastecimento improvisado faz parte da rotina dos municípios da fronteira há anos porque poupa o deslocamento até os postos. Com a alta descontrolada do preço da gasolina do Brasil, moradores e comerciantes contam que a opção se consolidou como a preferida e a demanda cresceu. Dos cerca de 40 pontos de venda em Atalaia do Norte, só um insiste em vender o “cocão brasileiro”.

Os vendedores dizem que o negócio com combustível contrabandeado dos países vizinhos compensa e eles não são alcançados por fiscalizações. Parte do material clandestino vem em balsas com os demais produtos que abastecem o comércio das cidades da fronteira. Nada tem nota fiscal ou controle alfandegário. A movimentação dos portos de Tabatinga e Benjamin Constant, segundo investigadores federais, é crucial para a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas na região. Também por lá saem os peixes raros retirados ilegalmente do Vale do Javari, na Amazônia, região onde foram assassinados o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips.

ATIVIDADE DE RISCO

O produto inflamável fica armazenado dentro das casas em recipientes de plástico. Crianças e adolescentes manuseiam o combustível e trabalham na venda direta aos motoristas. No contexto de extrema pobreza da fronteira, a gasolina ilegal surge como fonte de renda para pessoas muito simples e, ainda, permite que o crime organizado conquiste o respaldo das comunidades locais e dê aparência de ilegalidade a negócios escusos.

A reportagem flagrou a chegada de um distribuidor de gasolina peruana em Atalaia do Norte. A distribuição ocorre sempre pela manhã. O homem, que não quis dar declarações, transporta galões repletos de combustível em uma pequena carroceria, sem nenhuma proteção, e os entrega em casas e em bancas de madeira montadas nas ruas. O distribuidor compra cada litro a cerca de R$ 5 e revende para as bancas na cidade por R$ 6,25. Ao consumidor final, o preço fica por até R$ 7,50.

Em 12 de abril, a prefeitura local publicou um aviso geral à população. Disse que a partir daquela data a fiscalização estaria na rua. “As forças de segurança aumentarão o rigor na fiscalização sobre venda ilegal de combustível nas ruas de Tabatinga. A medida será adotada em razão da constatação de uso de mão de obra em condição análoga à de escravidão e exploração de crianças e adolescentes na venda de forma irregular e sem as devidas precauções de segurança”.

O alerta não mudou muito a rotina clandestina na cidade. Cruzar a fronteira para a Colômbia a partir de Tabatinga é tarefa fácil. Uma rua une as duas cidades. Há um posto formal que separa os dois países, mas é possível usar ruas vicinais para chegar a Letícia, do lado colombiano, e comprar a gasolina pagando com a moeda brasileira.

Em Atalaia do Norte, Valdeci Nunes diz também não é importunado. “A Polícia Federal já veio aqui porque essa gasolina peruana é proibida de vender assim. Mas foi há muito tempo atrás, na época que tinha um delegado valente lá em Tabatinga.”

LOTAÇÕES

Nos municípios da fronteira com a Colômbia e o Peru, as motos são os principais meios de transporte, sejam particulares ou de moto taxistas. Os deslocamentos de uma cidade a outra, de Atalaia a Benjamin, são feitos de táxis que só partem quando alcançam a lotação. Uma distância de 30 quilômetros pela esburacada estrada Pedro Teixeira separa as duas cidades.

Juliano Galate Júnior, de 30 anos, é um dos motoristas que faz o trajeto. No carro modelo Renault Kwid, ele também abre mão do combustível nacional por causa do preço. “Com a peruana o carro fica mais fraco. Eu coloco sempre a colombiana, porque é mais barata que a brasileira e melhor que a peruana”, contou.

Galate Júnior vive a 2,7 mil km de Brasília, de onde o presidente Jair Bolsonaro declarou guerra a Petrobras por conta da alta dos preços dos combustíveis. Nos últimos dias, o presidente passou a falar em CPI para investigar a estatal, enquanto planeja alterar a legislação para conseguir interferir na definição dos preços.

Lá em Benjamin Constant, Galate Júnior prefere ignorar a disputa política e, mesmo sabendo que a gasolina contrabandeada do estrangeiro pode não fazer bem ao motor do seu Kwid. “A diferença é que a (gasolina) brasileira é mais forte.” Ele, porém, prefere não pagar mais caro por isso.

Fonte: ESTADÃO

SendTweetCompartilhar
Artigo anteiror

Segurança alimentar: melhor solução para mundo são abertura de mercado, diz Jank

Próximo post

Cana: Bureau Veritas valida primeiro programa de emissão de títulos verdes para produtores do setor

Redação Visão Agro

Redação Visão Agro

Notícias Relacionadas

Setor de etanol do Brasil aposta em menor pegada de carbono para competir com os EUA no Japão
Biocombustíveis

Pelo segundo ano, menor oferta de etanol sustenta preços em agosto

por Redação Visão Agro
3 setembro, 2025

A cotação média do etanol hidratado no mercado paulista subiu em agosto pelo segundo ano consecutivo, afirma levantamento do Centro...

Ler maisDetails
Zilor registra alta de 27,6% na receita e mais que triplica lucro no 1T da safra 2025/26
Usinas

Zilor registra alta de 27,6% na receita e mais que triplica lucro no 1T da safra 2025/26

por Redação Visão Agro
1 setembro, 2025

A moagem de cana da Zilor somou 4,2 milhões de toneladas no 1T26, alta de 5,2% frente ao mesmo período...

Ler maisDetails
Raízen desinveste R$ 3,6 bilhões em simplificação de portfólio
Usinas

Raízen despenca em agosto, mas fecha mês com fôlego após notícias positivas

por Redação Visão Agro
1 setembro, 2025

A Raízen encerrou agosto entre as maiores quedas do Ibovespa, acumulando desvalorização de 17,61% no mês. O resultado foi pressionado principalmente pelo balanço...

Ler maisDetails
Raízen paga R$ 300 mil à CVM para encerrar processo sobre operação “fantasma” de E2G
Usinas

Raízen vende usinas Rio Brilhante e Passa Tempo para a Cocal por R$ 1,54 bilhão

por Redação Visão Agro
29 agosto, 2025

Após desinvestimentos já anunciados, gigante sucroenergética passará a operar 25 usinas de açúcar e etanol Em comunicado ao mercado divulgado...

Ler maisDetails
Brasil e México assinam acordos de biocombustíveis e competitividade
Política e Governo

Brasil e México assinam acordos de biocombustíveis e competitividade

por Redação Visão Agro
29 agosto, 2025

Foto: divulgação RPA News Autoridades de Brasil e México assinaram nesta quarta-feira, 27, dois acordos sobre biocombustíveis e competitividade, em...

Ler maisDetails
Usinas de cana manifestam apoio à megaoperação contra crime organizado
Leia mais

Usinas de cana manifestam apoio à megaoperação contra crime organizado

por Redação Visão Agro
28 agosto, 2025

Força-tarefa do MP-SP, MPF e Polícias Federal, Civil e Militar cumpre mandados em oito estados contra rede criminosa que adulterava...

Ler maisDetails
Veja a lista de usinas alvo da Operação Carbono Oculto
Leia mais

Veja a lista de usinas alvo da Operação Carbono Oculto

por Redação Visão Agro
28 agosto, 2025

A Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Receita Federal e Polícia Federal, apura um esquema bilionário de lavagem de dinheiro do...

Ler maisDetails
Maior operação contra crime organizado no país atinge Faria Lima e setor de combustíveis
Biocombustíveis

Maior operação contra crime organizado no país atinge Faria Lima e setor de combustíveis

por Redação Visão Agro
28 agosto, 2025

Policiais fazem busca e apreensão em um dos prédios alvos da Megaoperação na Avenida Brigadeiro Faria Lima — Foto: David...

Ler maisDetails
PCC estava em todo o setor de cana e obrigava empresários a venderem propriedades, diz MP
Biocombustíveis

PCC estava em todo o setor de cana e obrigava empresários a venderem propriedades, diz MP

por Redação Visão Agro
28 agosto, 2025

Fazendeiros, donos de usinas e de postos de gasolina eram ameaçados de morte caso desistissem do negócio ou fizessem denúncias...

Ler maisDetails
São Martinho lidera altas do Ibovespa após Citi elevar recomendação e preço-alvo
Usinas

São Martinho lidera altas do Ibovespa após Citi elevar recomendação e preço-alvo

por Redação Visão Agro
28 agosto, 2025

Revisão reflete a avaliação de que os principais riscos já estão precificados Foto: divulgação As ações da São Martinho sobem...

Ler maisDetails
Carregar mais
Próximo post

Cana: Bureau Veritas valida primeiro programa de emissão de títulos verdes para produtores do setor

LinkedIn Instagram Twitter Youtube Facebook

CONTATO
(16) 3945-5934
atendimento@visaoagro.com.br
jornalismo@visaoagro.com.br
comercial@visaoagro.com.br

VEJA TAMBÉM

  • Prêmio Visão Agro
  • Vision Tech Summit 
  • AR Empreendimentos

Todos os direitos reservados 2024 © A R EMPREENDIMENTOS COMUNICAÇÃO E EVENTOS LTDA – CNPJ: 05.871.190/0001-36

Inovação, tecnologia e transformação digital no Agronegócio.
Prepare-se para o maior evento tech-agro do ano!

Saiba mais no site oficial

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Bioenergia
    • Biocombustíveis
    • Biogás
    • Biomassa
    • Energia renovável
    • Usinas
  • Mundo Agro
    • Cooperativismo
    • Sustentabilidade
    • Tecnologia
  • Mercado
    • Clima
    • Economia
    • Geopolítica
    • Internacional
    • Negócios
    • Política e Governo
    • Transporte
  • Culturas
    • Algodão
    • Café
    • Cana de Açúcar
    • Fruticultura
    • Grãos
    • Milho
    • Pecuária
    • Soja
    • Trigo
  • Insumos agrícolas
    • Adubos e fertilizantes
    • Biológicos e Bioinsumos
    • Defensivos Agrícolas
    • Implementos Agrícolas
    • Irrigação
    • Máquinas agrícolas
  • Eventos Visão Agro
    • Vision Tech Summit – Indústria do Amanhã
    • Prêmio Visão Agro Brasil
    • Vision Tech Summit – Agro
    • Prêmio Visão Agro Centro – Sul
  • Em destaque
  • Leia mais

Todos os direitos reservados 2024 © A R EMPREENDIMENTOS COMUNICAÇÃO E EVENTOS LTDA – CNPJ: 05.871.190/0001-36