Entretanto, alta nos custos sucroenergéticos levaram a um recuo de 19,1% no Ebitda do segmento, para R$ 1,75 bilhão
O primeiro trimestre da safra 2024/25 trouxe uma elevação de 58,8% no lucro líquido da Raízen, para R$ 1,07 bilhão. O valor ajustado, por sua vez, foi um prejuízo de R$ 6,9 milhões, revertendo o resultado positivo de R$ 527 milhões visto no mesmo período da temporada anterior.
“Os resultados do primeiro trimestre refletem a sazonalidade do período e estão em linha com o nosso guidance para o ano, com expansão de receita, formação de estoques com maior valor agregado e do lucro líquido, com foco na disciplina de capital e excelência operacional”, afirma o CEO da companhia, Ricardo Mussa, em relatório apresentado nesta terça-feira, 13, após o fechamento do mercado.
A receita líquida da Raízen foi de R$ 57,76 bilhões no trimestre, aumento de 18,3% no ano. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 14%, para R$ 4,71 bilhões; com ajustes, no entanto, houve uma queda de 29,1%, para R$ 2,31 bilhões.
“[Houve] evolução das margens de mobilidade, compensado principalmente pelo reconhecimento de ganho tributário na base de comparação e menor resultado de açúcar neste trimestre, alinhado à construção de estoque para venda futura com melhores preços”, resume o relatório da companhia, que segue: “Adicionalmente, a base de comparação do segmento Corporação foi positivamente impactada pelo reconhecimento de créditos fiscais”.
Além disso, a Raízen divulgou uma elevação na dívida líquida, que era de R$ 31,59 bilhões em 30 de junho. O valor representa alta de 7,6% ante a posição de um ano antes e de 64,9% na comparação com o encerramento da safra 2023/24.
Com isso, a alavancagem da empresa – medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado – subiu para 2,3 vezes. Três meses antes, o valor era de 1,3 vez.
Resultados com açúcar e etanol
De acordo com a Raízen, os negócios sucroenergéticos geraram uma receita líquida de R$ 11,13 bilhões no trimestre, alta anual de 12,5%. Dentro desse montante, 4,67 bilhões se referem a energias renováveis (incluindo etanol e cogeração) e R$ 6,46 bilhões às vendas de açúcar.
Entretanto, com a elevação de 26,6% nos custos, o lucro bruto das operações desse segmento caiu 70,6%, para R$ 424,6 milhões. “[Houve] aumento nas despesas com vendas em função de maiores gastos logísticos, que refletem o maior volume de vendas de açúcar diretas ao destino, com contrapartida positiva no preço e margem. Além disso, houve impacto da inflação entre os períodos”, justifica a Raízen.
Com isso, o Ebitda teve recuo de 19,1%, indo a R$ 1,75 bilhão. Considerando ajustes nesse valor, o açúcar teve uma geração de caixa de R$ 573,8 milhões (-31,6%), enquanto as renováveis contabilizaram R$ 548,7 milhões (+2,3%).
“Desempenho condizente com o menor volume próprio de açúcar vendido no período e sazonalidade de preços de açúcar, parcialmente compensado pelo aumento nos volumes comercializados dos demais produtos”, afirma a Raízen, que segue: “Posicionamento tático dos estoques de açúcar e etanol e ritmo das vendas alinhado à estratégia de maximização de retorno deverá contribuir para a evolução do Ebitda ao longo da safra”.
Em relação aos investimentos no segmento, a sucroenergética divulgou a aplicação de R$ 1,84 bilhão ao longo do trimestre, aumento de 13,1% na base anual. Dentro desse montante, a maior parte foi direcionada para aportes recorrentes na área de manutenção e operacional, somando R$ 1,07 bilhão (+3,2%).
Entre os investimentos em expansão, o destaque foi para as usinas de etanol de segunda geração (E2G), que receberam R$ 465,4 milhões (+57%). Além disso, a Raízen investiu R$ 241,2 milhões em energia elétrica (+70,9%), R$ 22,5 milhões em biogás (-32,6%) e R$ 44,1 milhões em outros projetos (-63,7%), como incrementos na produtividade agrícola, irrigação e maximização da produção e armazenagem de açúcar.
Moagem e produção sucroenergética
O relatório de resultados confirma a moagem de 30,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no período de abril a junho, afirmando que houve “clima propício e evolução da qualidade do canavial”. O valor, que representa uma alta anual de 15,3%, já havia sido divulgado em julho pela companhia, em uma prévia não auditada dos principais resultados.
Por sua vez, a produção de açúcar foi de 1,85 milhão de toneladas (+12,5%) e a de etanol totalizou 1,11 milhão de toneladas (+17,4%). “Com moagem recorde em um primeiro trimestre de safra, avançamos na produção de açúcar, etanol e energia. Nosso índice de performance industrial se manteve em nível elevado (89%)”, aponta a sucroenergética, em relatório.
Além disso, a Raízen ainda divulgou a fabricação de 16,2 milhões de litros de etanol de segunda geração (E2G). A elevação de 110,4% foi puxada, principalmente, pelo início das operações da planta em Guariba (SP).
Por: Renata Bossle Fonte: NovaCana
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