Fazenda em Mato Grosso utiliza biodiesel em todas as operações agrícolas, buscando reduzir emissões de CO2
O agronegócio brasileiro avança na busca por soluções mais sustentáveis e na tentativa de se afastar da imagem de poluidor ambiental. Em Diamantino, a cerca de 182 quilômetros de Cuiabá, uma das maiores propriedades agrícolas do país finalizou recentemente a colheita de milho utilizando exclusivamente biodiesel em todos os seus veículos e máquinas.
Após 45 dias de trabalho intenso, foi a primeira vez que uma fazenda brasileira adotou o biodiesel em todo o processo produtivo, desde a semeadura até a colheita. A propriedade, que pertence a uma gigante do setor, realizou adaptações no maquinário para viabilizar o uso desse combustível.
“Mais de 24 mil horas de teste mostraram que, em termos de eficiência e operação, o biodiesel funciona da mesma forma que o combustível fóssil, mas com a vantagem de reduzir as emissões”, afirmou Juliana Lopes, diretora de esmagamento da Amaggi.
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A fazenda é pioneira no país na implementação total do biodiesel, o que exigiu alterações em componentes específicos das máquinas, como mangueiras, para garantir a durabilidade do equipamento.
“As adaptações foram mínimas, apenas para aumentar a vida útil dos componentes das máquinas. No resto, tudo funciona como sempre”, explicou Bruna Mazzante, representante da montadora envolvida no projeto.
Dados do Observatório do Clima indicam que Mato Grosso lidera as emissões de dióxido de carbono (CO2) no Brasil, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa. Essa alta emissão está relacionada ao fato de o estado ser o maior produtor de milho e soja do país.
De acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), na última safra foram colhidas mais de 47 milhões de toneladas de milho e 40 milhões de toneladas de soja. O milho é a principal matéria-prima para a fabricação de etanol, enquanto a soja é utilizada para produzir o biodiesel B100.
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O B100, um biocombustível biodegradável, é produzido a partir de matéria orgânica de origem vegetal. Em Lucas do Rio Verde, a cerca de 380 quilômetros de Cuiabá, uma esmagadora processa o óleo de soja e o converte em biodiesel por meio da adição de metanol e sódio. Segundo Elliot Melo, gerente de operações da planta, a unidade foi projetada com capacidade de expansão, permitindo aumentar a produção para atender 100% da demanda de biodiesel.
O transporte do novo combustível também adere à sustentabilidade, com uma montadora fornecendo 100 caminhões movidos a B100, eliminando o uso do diesel convencional. “A inovação foi o que nos atraiu. Este projeto conseguiu reduzir até 99% das emissões de CO2 na atmosfera”, destacou Marcelo Gallão, diretor da Scania.
Por: Leandro Trindade Fonte: SBT
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