De acordo com apresentação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada nesta quarta-feira (9/10), o Brasil vive atualmente o pior período da evolução temporal da seca considerando o índice de precipitação-evapotranspiração padronizado (SPEI). Os modelos meteorológicos indicam intensificação gradual das chuvas no Sudeste nas próximas semanas, especialmente a partir do início do mês de novembro.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) destacou que os últimos dias registraram um aumento no volume de chuvas na região Sudeste, sem reflexo ainda nos reservatórios das hidrelétricas da região.
O nível de armazenamento do Sistema Interligado Nacional – SIN no final de setembro era de 49%, considerado satisfatório para o fim da estação seca em grande parte do território nacional.
Os cenários prospectivos apresentados demonstraram a importância da realização do período úmido e das medidas de preservação da água nos reservatórios, para o atendimento eletroenergético de 2025.
Com relação ao atendimento da demanda máxima (ponta de carga) o ONS apresentou cenário com necessidade de utilização de diversos recursos, incluindo despacho termelétrico mais intenso, importação de energia e flexibilização de regras operativas, com o objetivo de garantir esse atendimento nos meses de outubro, novembro e dezembro.
Com relação ao uso mais intenso do parque termelétrico, houve recomendação do CMSE à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para adoção de ações pela em prol da regularidade do suprimento de gás natural para geração de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional.
Na reunião, também foi aprovada a quarta revisão do Plano de Substituição do Parque Gerador do Sistema Elétrico de Roraima, considerando as atualizações das condições de atendimento à carga e à demanda máxima. Também foi deliberada a adoção de ações visando manter a segurança e confiabilidade do suprimento eletroenergético durante a realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), na cidade de Belém, no estado do Pará, em novembro de 2025.
Informações Técnicas:
Condições Hidrometeorológicas: as características da estação seca foram mantidas no mês de setembro, marcado pela ausência de precipitação, tendo as bacias hidrográficas de interesse do Sistema Interligado Nacional (SIN) apresentado níveis de chuva inferior à média histórica.
Em relação à Energia Natural Afluente (ENA), também foram verificados valores abaixo da média histórica para todos os subsistemas no decorrer do mês. As condições observadas para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte foram de 48%, 56%, 41% e 50% da Média de Longo Termo (MLT), respectivamente.
Para o mês de outubro, de acordo com o cenário menos favorável, a indicação é de uma ENA abaixo da média histórica para todos os subsistemas. A previsão para o Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte é de 35%, 71%, 35% e 34% da MLT, respectivamente. Para o SIN, o estudo aponta condições de afluência prevista de 46% da MLT, sendo o 2º menor valor para o mês de um histórico de 94 anos.
No cenário mais favorável, ainda em outubro, as previsões são: 59%, 89%, 41% e 42% da MLT, respectivamente, para o Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Para o SIN, os resultados apontam para condições de afluência de 66% da MLT, sendo o 7º menor valor para um histórico de 94 anos.
Energia Armazenada: em setembro, foram verificados armazenamentos equivalentes de cerca de 46%, 55%, 50% e 74% no Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente. Para o SIN, o armazenamento foi de aproximadamente 49%.
Para o último dia do mês de outubro, a expectativa é de 36,6%, 52,8%, 42,2% e 62,7% da EARmáx, considerando o cenário inferior. No cenário superior, há a previsão de 39,2%, 55,2%, 44,2% e 63,3% da EARmáx, considerando a mesma ordem. Para o SIN, os resultados devem ser de 40,2% da EARmáx, para o cenário menos favorável e de 42,4% para o mais favorável.
Expansão da Geração e Transmissão: a expansão verificada em setembro de 2024 foi de 723 MW de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica, de 14,0 km de linhas de transmissão e de 100 MVA de capacidade de transformação. Assim, no ano de 2024, a expansão totalizou 8.548 MW de capacidade instalada de geração centralizada, 2.423,4 km de linhas de transmissão e 11.130 MVA de capacidade de transformação.
O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País, adotando as medidas para a garantia do suprimento de energia elétrica. As definições finais sobre a reunião do CMSE de hoje serão consolidadas em ata devidamente aprovada por todos os participantes do colegiado e divulgada conforme o regimento.
Fonte: Gov.br
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