A Petrobras deve precisar aumentar os preços do diesel em breve, depois do anúncio de hoje de reajuste na gasolina, diz o analista da Ativa Investimentos Ilan Arbetman.
Segundo o analista, os preços internacionais do diesel tendem a permanecer elevados, tendo em vista a retomada da economia chinesa com o relaxamento de restrições para combater a pandemia, somado ao começo das sanções europeias aos derivados da Rússia em fevereiro, por causa da invasão à Ucrânia.
“A Europa pode ter problemas de fornecimento uma vez que os países asiáticos podem se mostrar incapazes de fornecer o que o velho continente precisa”, diz.
A Petrobras anunciou que a partir de amanhã (25) vai passar a vender o litro da gasolina nas refinarias a R$ R$ 3,31 em média, um aumento de R$ 0,23. O reajuste corresponde a uma alta de 7,47%. Ainda não houve reajuste para o diesel, que desde 7 de dezembro é vendido a R$ 4,49 por litro.
Arbetman lembra que a estatal ainda é administrada por executivos apontados no governo anterior. “A companhia hoje é formada pelos mesmos membros de 2022; ou seja: não foi a nova gestão que tomou esta decisão”, diz.
O atual governo é crítico à política de paridade dos preços de combustíveis da Petrobras com o mercado internacional. O indicado à presidência da estatal, Jean Paul Prates, ainda não tomou posse, pois estão em curso os trâmites internos de aprovação da companhia.
Segundo Arbetman, é provável que a nova gestão busque criar um mecanismo para atenuar a alta dos preços internacionais dos combustíveis no mercado interno.
“Continuamos achando que a nova gestão, em conjunto com a ANP, formatará uma nova política de preços de derivados e, possivelmente, a Petrobras e seu acionista majoritário se aprofundarão nos estudos para criação de um fundo de estabilização para momentos onde a volatilidade do barril for elevada. A grande dúvida atual do mercado é quanto à origem dos recursos para este fundo, dado o estágio do quadro fiscal brasileiro”, diz.
Fonte: Valor Econômico
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