A adoção da mistura E20 na Índia pode ter implicações globais no setor açucareiro
De acordo com o relatório do Itaú BBA, o mercado de etanol na Índia está em uma fase decisiva, com o país prestes a aumentar o teor de mistura de etanol na gasolina de E15 para E20 no próximo ano. A Índia, que atualmente é o terceiro maior consumidor global de etanol carburante, deve alcançar um consumo de 6,75 bilhões de litros em 2023/24. Com a implementação da nova meta de mistura, esse consumo pode subir para 9,67 bilhões de litros em 2024/25, consolidando ainda mais o papel do etanol no mercado de combustíveis indiano.
Esse cenário de aumento do consumo de etanol terá um impacto significativo na produção de açúcar da Índia, visto que parte do volume destinado ao etanol virá da cana-de-açúcar. Estima-se que 5,1 milhões de toneladas de açúcar sejam redirecionadas para a produção de etanol, o que resultará em uma queda na produção de açúcar indiano de 1,5 milhão de toneladas, atingindo 30,7 milhões de toneladas no ano safra 2024/25. Essa redução na produção deve alterar o equilíbrio do mercado global de açúcar, com o superávit estimado pelo Itaú BBA caindo de 3 milhões de toneladas para 1,5 milhão de toneladas.
A adoção da mistura E20 na Índia pode ter implicações globais no setor açucareiro, diminuindo a oferta disponível no mercado internacional. Com menos açúcar disponível, os preços podem ser afetados, gerando novas oportunidades para outros produtores globais compensarem essa queda na oferta indiana.
Essas projeções refletem a complexidade do mercado de etanol e açúcar, mostrando como políticas internas de grandes consumidores, como a Índia, podem influenciar diretamente os mercados globais e gerar novos desafios e oportunidades para o setor.
Por: Leonardo Gottems Fonte: Agrolink
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