As usinas que processam etanol a partir do milho têm migrado sua produção de etanol para o anidro (aditivo à gasolina) nesta safra. O movimento ocorre porque o hidratado (que compete com o derivado fóssil) perdeu competitividade por causa das alterações tributárias – e as usinas que utilizam o cereal não têm a alternativa de produzir mais açúcar, como é o caso das usinas que processam cana.
Entre o início da safra 2022/23, em abril, e o mês passado, o volume de produção de etanol anidro nas usinas de etanol de milho cresceu 17,1%. Já a produção de hidratado caiu 8,6%.
No primeiro mês da temporada, a produção foi de 1,47 bilhão de litros de etanol anidro e de 2,92 bilhões de litros de hidratado. Em dezembro, a produção de anidro foi de 1,72 bilhão de litros, enquanto a de hidratado ficou em 2,67 bilhões de litros, segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgados pela União Nacional do Etanol de Milho (Unem).
“Com a perda de competitividade do etanol em grande parte do país e o aumento da demanda por anidro para ser adicionado à gasolina, as indústrias têm flexibilidade para ajustar a produção e manter o abastecimento”, diz Guilherme Nolasco, presidente da Unem.
Apesar da desoneração dos combustíveis ter mais impacto sobre as usinas que utilizam milho como matéria-prima, a produção de etanol a partir do cereal nesta entressafra da cana deve ser maior do que o volume produzido ao longo da safra de cana. A Unem estima que, de novembro de 2022 a março de 2023, a produção de etanol de milho alcançará 372 milhões de litros por mês, acima dos 358 milhões de litros por mês fabricados entre abril e outubro.
Fonte: Valor Econômico
Clique AQUI, entre no grupo de WhatsApp da Visão Agro e receba notícias em tempo real ou nos acompanhe através do Telegram