A agropecuária brasileira é reconhecida como uma das mais tecnológicas, produtivas e sustentáveis do mundo
A agropecuária brasileira é reconhecida como uma das mais tecnológicas, produtivas e sustentáveis do mundo.Emprega 19 milhões de pessoas, representa mais de 25% do PIB e contribui decisivamente para o superávit da balança comercial. Mesmo assim, com frequência o setor é apresentado de maneira caricatural aos estudantes brasileiros, ao ser retratado de maneira enviesada em livros escolares.
O dinamismo socioeconômico e ambiental do agronegócio é por vezes distorcido nos materiais didáticos distribuídos a alunos dos ensinos Fundamental e Médio. Isto faz com que este importante pilar do desenvolvimento do País seja recorrentemente associado à devastação ambiental, exploração de mão de obra e conflitos sociais, entre outros problemas. Esta é a conclusão de um estudo recente, elaborado pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA/USP), que analisou o conteúdo referente ao agro em 94 livros didáticos utilizados em escolas públicas e privadas do País.
E preocupante o conteúdo equivocado e deseducativo de grande parte do material pedagógico citado na pesquisa, encomendada pela Associação De Olho No Material Escolar. As menções negativas ao agro superam as positivas em 60%. De 345 citações ao setor, 303 são de cunho opinativo, a maioria pautada por questões político-ideológicas, sem base científica.
Diante deste quadro, cabe uma pergunta: qual o dever de uma boa educação? Se o objetivo for ensinar às crianças e jovens o Brasil real, nele agiganta-se o agronegócio como atividade contemporânea do desenvolvimento, que exige cada vez mais conhecimento técnico e científico na lavoura, na indústria ou e nos serviços.
Faz-se ainda mais necessária uma educação sem viés ideológico, sobretudo para jovens que, futuramente, vão compor a força de trabalho do agro, seja no campo ou na cidade. É fundamental, na formação escolar, o acesso ao conhecimento da realidade da produção agrícola brasileira. Ao longo de quase 40 anos de carreira no agro, tenho a percepção de um entusiasmo crescente da juventude por este segmento.
Destaquemos dois aspectos desta constatação: a diminuição da idade média dos empresários e produtores agrícolas, além do surgimento de empresas de tecnologia, comumente chamadas de startups. Isto se deve principalmente ao empreendedorismo das novas gerações e à sua capacidade de criar softwares e aplicativos que aperfeiçoam processos produtivos.
Reconhecendo o lúcido trabalho da Associação De Olho No Material Escolar, observamos uma boa receptividade das editoras de livros didáticos para uma revisão do conteúdo aqui referido. Alimentamos a expectativa de que as entidades de ensino transmitam às crianças e jovens a curiosidade em fazer com que a agricultura brasileira se torne cada vez mais sustentável. Temos a melhor agricultura tropical do planeta, que contribui de maneira significativa para garantir a segurança alimentar do Brasil e do mundo.
Jacyr Costa Filho – Presidente do Cosag – Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e sócio da Consultoria Agroadvice
Fonte: Agência UDOP de Notícias
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