Representantes de oito empresas multinacionais vieram em busca das tecnologias sustentáveis desenvolvidas pela Embrapa Cerrados.
Isso porque entendem que nenhuma empresa sozinha pode enfrentar desafios de desmatamento e conversão de vegetação nativa para maior área de plantio de soja.
“Temos aqui um grupo de empresas que está procurando formas para aumentar a produção de forma sustentável. Estão presentes representantes de várias empresas multinacionais que buscam essa conexão – entre produção e sustentabilidade”, explica Juliano Carneiro, da Louis Dreyfus Group (LDC), sobre a composição do fórum.
Os 25 profissionais estiveram presentes na Embrapa Cerrados (DF) na última quarta-feira (14) e foram recebidos pelo chefe-geral, Sebastião Pedro, que fez uma apresentação institucional, destacando as linhas de atuação da pesquisa.
Em seguida, tiveram acesso às informações sobre manejo sustentável para altos rendimentos da cultura da soja, fornecidas pelo supervisor de Transferência de Tecnologia, Sérgio Abud, e contribuições dos serviços ambientais na produção de grãos, apresentadas pela pesquisadora Fabiana Aquino.
Os dados mais recentes da avaliação de tecnologias surpreenderam os participantes.
“As informações que foram apresentadas foram acima das nossas expectativas. Identificamos a ILPF como uma das tecnologias que queremos definitivamente patrocinar e levar para as áreas de expansão de soja. Com isso, pensamos ser possível manter os altos níveis de produtividade, preservar os nutrientes no solo, diminuir os custos do produtor rural e ainda a pressão para que novas áreas sejam abertas”, avalia o Michel Santos, da Bunge.
Outra profissional presente, Mariana Ignacio, da China Foods Limited (COFCO International), conta que a SCF tem participado de algumas conversas setoriais para captar inovações, possibilidades para aumentar o portfólio de soluções tornar mais sustentável a produção de grãos.
“Entender melhor os detalhes, as partes mais técnicas dos benefícios das tecnologias, identificar o que funciona, traz para o nosso grupo mais recursos para levar ao produtor rural”.
Ela completa: “Para nós, a geração de dados, em si, é uma questão muito importante. Ter indicadores, ter dados confiáveis gerados pela pesquisa científica são essenciais para usarmos no convencimento do produtor e para aplicar essas tecnologias em nossas empresas”.
Já Julia Moretti, da mesma empresa que Mariana, ficou surpresa com o dado de mitigação de gases de efeito estufa em ILPF. “Interessantíssimo esse dado – para mim foi surpreendente. Quando eu vi os 15% [da área da propriedade com ILPF] para a fazenda ser positiva em emissão de gases de efeito estufa, nem é só para a fazenda ser neutra em relação a isso, é para ser positiva – é um dado muito relevante. Não é 15% da área que precisa ficar sem uso, você pode gerar rendimento econômico ali. Se o produtor põe baru, ele consegue também trazer a comunidade local para trabalhar ali, para gerar receita disso, gera outros valores para o negócio”.
Júlia finaliza lembrando que a ILPF ainda proporciona segurança econômica para o produtor, já que ele vai ter várias fontes de renda e que não dependerá do preço de um único produto naquele ano agrícola.
A atuação do SCF tem como foco principal o cerrado brasileiro, mais diretamente o oeste do Mato Grosso, o sul do Maranhão, o oeste da Bahia e Tocantins, onde pretende alavancar uma mudança para o uso mais sustentável do solo. Caroline Rolim, da Cargill, explica a seleção dos das localidades de trabalho do fórum:
“Trabalhamos em 61 municípios prioritários para acabar com o desmatamento, onde entendemos que há um maior risco. Todas as informações que eu ouvi hoje são novas. A questão do ILPF é a mais importante e queremos oferecer para os produtores. As tecnologias da Embrapa Cerrados podem compor uma estratégia de projetos para ajudar com o nosso objetivo”.
Fonte: EMBRAPA