A pesquisa semanal de preços dos combustíveis da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) ainda não detectou repasses do reajuste de 7,4% promovido pela Petrobras em suas refinarias na terça-feira (24), o primeiro aumento após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a pesquisa da agência, o produto foi vendido pelo valor médio de R$ 4,97 por litro na semana, praticamente o mesmo patamar verificado na semana anterior, de R$ 4,98.
A pesquisa, porém, concentra a busca em postos nos primeiros dias da semana, o que pode explicar a percepção de que não houve repasse.
O aumento foi dado antes da nomeação do indicado de Lula à presidência da Petrobras, Jean Paul Prates, que ocorreu na quinta (26), e foi criticado por sindicatos como uma medida para agradar acionistas antes da mudança de gestão.
Prates já anunciou que pretende rever a política de preços da companhia, sob o argumento de que a maior parte dos combustíveis consumidos no país é produzido em refinarias brasileiras. Nesta sexta (27), foi cobrado por sindicatos a agilizar a mudança.
Paridade de importação
A política atual utiliza o conceito de paridade de importação, que simula quanto custaria para trazer os produtos do exterior. Na terça, a Petrobras disse que o reajuste acompanhava a evolução das cotações internacionais do petróleo.
De fato, na abertura do mercado daquele dia, o preço médio da gasolina nas refinarias do país estava 14%, ou R$ 0,49 por litro, acima da paridade de importação, de acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).
Na abertura desta sexta-feira, estava praticamente equilibrado, com defasagem de apenas 2%, ou R$ 0,08 por litro. No caso do diesel, a diferença era de 3%, ou R$ 0,12 por litro.
Nas bombas, segundo a ANP, o preço médio do diesel S-10 caiu 0,7% na semana passada, para R$ 6,38 por litro. A Petrobras não mexe no valor de venda do produto por suas refinarias desde o início de dezembro.
Já o preço do etanol caiu 1,8%, para R$ 3,78 por litro. É o menor valor desde a segunda semana de novembro de 2022, considerando a inflação do período.
Já o preço médio do botijão de gás de 13 quilos ficou estável, em R$ 108,02.
Fonte: Valor Econômico
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