O calor que sentimos “na pele” não pode ser medido apenas pela temperatura do ar. Indicadores como a umidade relativa do ar podem interferir de forma expressiva nessa sensação – e a medida que define isso é o Índice de calor. E quando se fala em frio, a velocidade do vento pode diminuir ou intensificar a sensação térmica. Os meteorologistas da Epagri/Ciram explicam a seguir como calcular o Índice de calor (verão) e a Sensação térmica (inverno)
Índice de calor
Essa medida define a intensidade do calor que a pessoa sente, com base na temperatura e na umidade do ar. “As pessoas têm o suor como mecanismo de perda de calor. Ele evapora com o calor da pele, reduzindo sua temperatura. Mas a água em forma de vapor, no ar, reduz essa taxa de evaporação do suor da pele”, explica Gilsânia Cruz, meteorologista da Epagri/Ciram. Isso explica por que sentimos mais calor em ambientes mais úmidos do que em locais mais secos, com a mesma temperatura.
Sensação térmica
É a temperatura aparente sentida pela pele exposta, em virtude da combinação entre temperatura do ar e velocidade do vento. É por isso, por exemplo, que em dias frios, a sensação térmica pode ser muito inferior à temperatura por conta do vento. “Em um país tropical como o Brasil, o conceito de sensação térmica é pouco importante e conhecido, embora as pessoas saibam que o vento e a brisa refrescam. Mas em países frios, a redução da temperatura provocada pelo vento pode causar problemas sérios de saúde, como a hipotermia”, aponta Gilsânia.
No site da Epagri/Ciram, é possível calcular a sensação térmica inserindo a temperatura e a velocidade do vento.
Por que a temperatura dos termômetros de rua não é oficial?
Os termômetros de ruas estão expostos ao sol, ao vento, em local com asfalto e muitas vezes no meio de prédios e construções em geral, o que aumenta muito a temperatura registrada. Nos carros, o calor fica armazenado e, normalmente, os termômetros também vão marcar temperaturas mais altas.
Como se mede a temperatura oficial?
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) estabeleceu alguns critérios, padrões e recomendações para a instalação de estações meteorológicas e a leitura dos instrumentos. “Esses procedimentos são adotados de maneira oficial no mundo inteiro, possibilitando uma conformidade nos dados meteorológicos observados, em qualquer parte do planeta”, esclarece a meteorologista Laura Rodrigues, da Epagri/Ciram.
Os instrumentos meteorológicos devem ficar em abrigos específicos, para que as intempéries e a ação dos raios solares, diretos ou refletidos, não interfiram tanto na medição. Quando o assunto é “recorde” de temperatura máxima ou mínima, comumente escutamos “temperatura medida na sombra”. Essa “sombra” é justamente o abrigo meteorológico.
Os abrigos, geralmente de madeira, têm persianas duplas em todas as faces, que permitem uma pequena circulação de vento no interior, e ficam instalados a cerca de 1,2m do solo. A estrutura é pintada na cor branca, para reduzir o superaquecimento provocado pela radiação solar. “A cor branca tem elevado grau de refletividade e, com isso, reduz-se o aquecimento interno excessivo dos instrumentos”, conta Laura. Medições de temperatura do ar máxima e mínima devem ser feitas à sombra, evitando chuva, vento e outros fenômenos adversos.
Com informações da Epagri da fonte agrolink
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